Alien: Covenant | Crítica

Análise sobre o filme Alien: Covenant da 20th Century Fox (convite da Fox Film do Brasil), aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica do filme:

Nome do Filme: Alien: Covenant

Estreia: 11 de maio de 2017 (Brasil) – 2h 02min

Direção: Ridley Scott

Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Noomi Rapace, Danny McBride

Distribuidora: 20th Century Fox / Fox Film do Brasil


Alien: O Oitavo Passageiro, de 1979, foi de longe uma das inovações no âmbito cinemático e um dos filmes mais aclamados pela crítica da época, e claro, o público que a partir daquele instante se tornariam fãs. É comum de querermos mais sobre o assunto, até porque foi de extrema excelência – quem vos fala não era nascido – mas será que é necessário uma continuação, spin-off, remake ou um “acerto de contas” para fechar um filme tão antigo? Alien: Covenant é a continuação de Prometheus, de 2012, que passou longe de ser referência. Aliás, o diretor Ridley Scott vem decepcionando em seus projetos ultimamente, porque esperamos mais dele e de suas criações.

Com toda certeza, não será fácil bater o legado de seu primeiro filme. A obra de 2017 de Scott apresenta quase as mesmas semelhanças e ideologias do Oitavo Passageiro, entretanto, transmite uma ideia totalmente diferente oferecida nos trailers com um roteiro preguiçoso, desleixado e sem qualquer relevância numa possível continuação – rumores dizem que terá uma. As mortes declaradas no filme não apresentam sensatez, pode ser que uma ou duas faça, mas nada de tão alarmante ou penoso. Vale ressaltar também a entrega do terror que não funciona, na verdade, não existe!

O filme não é de todo ruim, como também não é de todo bom; mediano para baixo. Existem cenas toscas, previsíveis e fanfarronas, porém foram bem trabalhadas no quesito efeitos especiais. O que adianta ter um roteiro comumente fraco com efeitos maravilhosos, sem nenhum erro que se passa despercebido. Isso foi claramente um dos aspectos fortes que conseguiram trazer, em certos casos, desconforto por ser bizarro e passar a mensagem que realmente aquilo aconteceu. É legal ver a Fox utilizando/aproveitando desse recurso de sangues, tripas, corpos esquartejados e por aí vai, sem qualquer tipo de censura.

É incrível como continuo achando a atuação de Michael Fassbender, que interpreta dois personagens (David [antagonista] e Walter [protagonista]), sensacional. Ele conseguiu persuadir em várias ocasiões com clareza o seu papel, em ambos os casos, fazendo parecer real – assistindo você entenderá melhor. De modo que as expressões faciais dele falaram por si só e que ajudaram na trama final. Katherine Waterston (Daniels) também está excelente, transmite a ideia de uma personagem sólida e que não tem medo do perigo. Aliás, todas as decisões passaram por ela, o que faz esse ser o mais importante no filme. O resto não atrai e para ser sincero, pouco importa, você quer mesmo que eles morram, a não ser o personagem de Danny McBride que influencia em certos momentos.

Diante dos fatos supracitados, Alien: Covenant tenta trazer a essência de seu pioneiro, mas acaba falhando e tropeçando num roteiro altamente preguiçoso. Os fatos que trazem o estopim na história – que demora para engatar – são fracos, acarretando o monótono. Os fãs realmente se sentiram traídos mais uma vez e a confiança em Ridley Scott vem acabando gradativamente, pois é em certos momentos confuso e sem qualquer tipo de nexo. Nem mesmo as grandes atuações foram capazes de sobreviver o filme. Será que vale a pena, Scott continuar na frente dos próximos projetos Alien?