Entrevista com Beatriz Scavazzini e gabs sobre o documentário ‘Gaming Queens’

Com lendária formação que encantou o Brasil, Panteras são as protagonistas de ‘Gaming Queens'

O site Cebola Verde teve o privilégio de entrevistar Beatriz Scavazzini, diretora e produtora do documentário Gaming Queens. Na pergunta 4, a resposta enviada é da jogadora Gabriela ´gabs´ Freindorfer, do time feminino de CS:GO 2 da FURIA.

Gaming Queens, um documentário de produção brasileira e exclusiva da RedBull TV, dirigido e produzido por Beatriz Scavazzini e um time de mulheres reconhecidas no cenário audiovisual, conquistou seu espaço e foi selecionado para mais um grande evento do cinema global, o International Sport Film Festival. O filme, que retrata a rotina de uma equipe feminina de esports, foi selecionado entre as obras de destaque na categoria documentário.

Então vamos às perguntas:

1 – Sabemos que o universo dos games é majoritariamente masculino, e trazer um produto mostrando um time feminino, sobre tema feminino e dirigido por uma mulher vem nessa curva para contradizer o que há no mercado. Como vocês se sentem promovendo esse tanto de representatividade?  

R: Com certeza, ficamos muito felizes com esse reconhecimento e com os novos rumos que o mercado audiovisual, dos eSports e da sociedade estão tomando. O Gaming Queens foi feito por um time majoritariamente feminino e acredito que essa seja mais uma forma de inspirar outras meninas a também seguirem no mundo dos jogos eletrônicos ou até mesmo na produção e direção de filmes ou documentários.


2- Como você se sentiu retratando esse universo? Também joga? Se não, o que pode levar como aprendizado? 

R: Este documentário é o resultado de uma pesquisa de 10 anos descobrindo histórias incríveis de jogadores que mudaram suas perspectivas de vida graças aos jogos eletrônicos. Nas grandes cidades ou em lugares distantes do país, você sempre encontrará alguém disposto a compartilhar a própria história de transformação. “O que há nos videogames de tão poderoso que pode realmente ser transformador?” Essa é uma das perguntas que permeia nossa pesquisa para retratar o universo de esporte eletrônico de alto nível competitivo. Fortalecidas pela comunidade virtual, as atletas descobrem a oportunidade de moldar a sua própria identidade, abrir portas e ultrapassar barreiras. As narrativas são potentes e fazem parte de um legado que está sendo construído por esse grupo de atletas.


3- O filme não só teve alcance nacional, como internacional. Como é ultrapassar essa barreira e qual a importância de levar algo nacional para outras pessoas? 

R: Atualmente, o Gaming Queens está concorrendo entre os melhores filmes no 43° Paladino d’Oro Sport Film Festival, que ocorre entre os dias 20 e 26 de novembro, na Itália.  A cerimônia de premiação acontecerá no dia 25 de novembro, no Agrigento. O Teatro Pirandello receberá a cerimônia e a delegação de 37 países. 

Competir como um dos melhores filmes em um festival tão consolidado como esse, marca todo o processo que vivemos durante a construção do filme, além das nossas carreiras profissionais. Queríamos que a história ultrapassasse o nicho de esporte eletrônico e acredito que esse possa ser o momento para amplificar a atuação das atletas para diferentes públicos. Para nós, representa e é uma honra fazer parte do fortalecimento do cinema documental brasileiro.


4- O que o eSport mudou na vida de vocês? (Resposta da jogadora Gabriela ´gabs´ Freindorfer) 

R: Vim de uma infância turbulenta e cheia de dificuldades, não falo muito sobre o assunto, mas respeito muito tudo que passei, e uma das coisas que fiz quando estava triste era usar o computador como válvula de escape para os problemas que aconteciam. O CS em si, me ajudou muito a não ser refém dos meus pensamos e ficar triste. Eu sempre joguei e conheci pessoas incríveis no cenário.

Eu e o CS temos uma longa jornada, uma história mesmo, vide eu ter jogado o 1.5 1.6 CSGO e agora, CS: GO 2.

Foi por muito carinho e amor pelo jogo que nunca desisti. Cresci junto com o cenário e sei que esse mercado ainda vai crescer mais. Eu me sinto realizada sim em saber aonde cheguei e como cheguei, e tenho certeza de que vou conquistar muito mais coisas.


5- Para finalizar, qual recado vocês deixariam para as mulheres que estão no eSport e também audiovisual? 

R: Como a Olga diz em uma das cenas finais do filme… “Tenho muita esperança de que a gente cada vez mais tenha um cenário mais igualitário”.

 

Ficha técnica: 

  • Direção: Beatriz Scavazzini
  • Produção executiva: Ligia Osorio e Beatriz Scavazzini
  • Direção de fotografia: Lucas Cunha e Rafael Miani
  • Edição e montagem: Ramiro Suarez
  • Produção executiva Red Bull: Daisy Almeida, Gustavo Chiappetta e Nikolas Fonseca
  • Equipe Gaming Red Bull: Antonio Tezei, Cristiano Favarin e Mikael Biasoli
  • Agradecimentos: Betnacional e ESL