O eSport está preparado para ser uma modalidade Olímpica?

COI considera modalidade como forma de atrair atenção dos Millennials para as Olimpíadas.

As marcas endêmicas e não endêmicas cada vez mais investem no mercado de games ávidas em envolver e reter os Millennials. No Brasil, este é o setor que mais cresce e tem como previsão de receita para 2021 a quantia de US$ 1,44 bilhão, segundo informação da 18ª edição da Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2017-2021.
 
As marcas estão aos poucos aprendendo a investir no mercado de games e, sobretudo, a respeito do comportamento dos Millennials, já que métodos tradicionais de publicidade são ineficazes para capturar a atenção desse público. 
 
Seus hábitos de consumo e o diferente comportamento em relação à geração anterior tem impactado a audiência dos esportes tradicionais. No ano passado, 31 milhões de pessoas acompanharam a final da liga de basquetebol, enquanto 36 milhões assistiram a final do Campeonato Mundial de League of Legends entre as equipes Koo Tigers e SK Telecom na Mercedes-Benz Arena, em Berlim, Alemanha, segundo dados da Riot Games.
 
O Comitê Olímpico Internacional (COI) já revelou preocupação em manter o interesse dos jovens nos Jogos Olímpicos. Entre outras ações, em 2016, anunciou a entrada do surfe, skate e escalada para conquistar os Millennials. Além disso, em outubro de 2017, divulgaram um comunicado informando que estariam considerando a inclusão dos eSports nas próximas edições das Olímpiadas.
 
De acordo com o COI, para que o eSports sejam reconhecidos como um esporte não pode haver conteúdo que infrinja os valores olímpicos. Além disso, é necessário existir uma entidade que garanta o cumprimento das regras e regulamentos do Movimento Olímpico. 
 
A Federação Internacional de e-Sports (IeSF, em inglês), uma das entidades que pretende ser reconhecida como a representante da modalidade, pleiteia desde 2016 se tornar membro do Comitê Olímpico Internacional. “A associação trabalha com a intenção de padronizar as regras de prática, lindando com questões relacionadas ao doping, integridade dos jogadores, manipulação dos resultados, certificação de árbitros, para se adequar aos valores fundamentais do Movimento Olímpico. Como exemplo, desde 2013 suas federações membros aderiram à Agência Mundial Antidopagem”, comenta Daniela Vendramini, sócia da Machado Alves Advogados, escritório especializado em Direito Desportivo e eSports. 
 
Já podemos notar que os eSports se consolidam cada vez mais no cenário esportivo. Para ingresso nos Jogos Olímpicos, não bastará o interesse do COI para atrair o público mais jovem, mas também que a modalidade demonstre amadurecimento quanto a sua organização da forma como é praticada e da sua estruturação de governança esportiva.