Canção inédita versa sobre encontrar o próprio ritmo e não ceder às pressões da sociedade.
Em um mundo cada vez mais guiado pelo “piloto automático”, pelas pressões da sociedade sobre como ser e o que ter, a cantora e compositora Xana Gallo vai na direção contrária em seu novo vídeo, “O Meu Tempo”. A canção inédita preza por encontrar paz interior por meio da auto aceitação, trazendo uma mensagem de que cada um é e se realiza a seu modo, no seu próprio ritmo, e a despeito das expectativas alheias. O recado empoderador encerra o ano de Xana Gallo, que se destacou em 2018 com seu disco “Rota de Fuga”.
Xana Gallo utiliza suas canções como diálogos – com ela mesma e com o público em geral. A inspiração em sua experiência como mulher lhe rendeu uma voz muito própria enquanto compositora, tocando em temáticas que vão de relacionamentos abusivos a superações. Escrevendo de forma sincera e direta, a artista assume o protagonismo da própria narrativa e se mostra dona de suas escolhas.
“Esta música é sobre uma pessoa que sente lá fundo tudo intensamente e não se rende ao automático da vida. É sobre liberar o controle e autocrítica e permitir-se ter mais tempo para enxergar e reconhecer seu próprio mundo, tempo para ser exatamente do jeito que se é. Saí do meu último relacionamento com a sensação de que havia perdido um tempo imenso. E comecei, de forma meio que automática, a sair fazendo tudo, quase que num atropelo, com a certeza de que eu deveria me esforçar ao extremo para compensar todo o tempo ‘perdido’. Acabei caindo em uma armadilha bem atual, que é a sensação recorrente de estar ficando para trás e de ter que correr mais e mais para não ser ‘ultrapassada'”, relembra Xana.
Retomando o foco da sua própria trajetória, a artista optou por contemplar o caminho, ao invés de simplesmente chegar ao seu destino. A canção foi inicialmente batizada de “Empatia”, justamente por trazer em si o ideal de que quem sente lá no fundo as dores e alegrias do mundo tem outro tempo para tudo e tem, também, mais dificuldade de andar no automático.
“Com o tempo percebi que não importava quando eu chegaria ‘lá’, contanto que eu chegasse inteira e em paz comigo. Na verdade, ninguém deveria ser obrigada a seguir um ritmo que produz angústia, ansiedade, depressão, insegurança, etc. Com o tempo percebi que quanto mais devagar eu ando, mais largos são os meus passos. Aprendi a respeitar meu tempo, inclusive o tempo ocioso, que hoje sei que é quando mais produzo e faço coisas realmente relevantes. Hoje aceito que definitivamente não preciso ser igual à maioria das pessoas. Que bom que não sou. Por que também os meus feitos serão outros”, reflete.
“O Meu Tempo” é ela própria um catalisador de mudança. A canção foi originalmente pensada com um arranjo mais encorpado, mas acabou sendo lançada com uma interpretação apenas de voz e violão, seguindo a sugestão de um amigo que se sentiu tocado ao ouvir a composição ainda em seus estágios iniciais. Superando a autocrítica e perfeccionismo, Xana Gallo se permitiu reinventar a música ao lado do violonista Eugênio Bassi, que a acompanhou no estúdio Tenda da Raposa.
Com este novo vídeo, Xana Gallo se despede de 2018 mirando em renovação. Após lançar seu segundo disco, “Rota de Fuga”, no Dia Internacional da Mulher este ano, a artista prepara um novo EP, “Roda, Rodou”. Gravado no Estúdio Marini, de Kassin, pelo produtor Diogo Strausz (Alice Caymmi, Balako, Aymoreco), o compacto deixa para trás a dor e leva a força da mulher em primeiro plano.
O EP é só um dos lançamentos que virão da artista, que desenvolve também um projeto chamado “CompositorA”, onde cria canções em parceria com mulheres de diversas cidades. Elas lhe enviam seus manuscritos (poemas, versos soltos, histórias) por meio das redes sociais, alimentando a importância de as mulheres contarem, juntas, sua própria história.