Stranger Things 3 | Crítica

Análise sobre a terceira temporada de “Stranger Things“, da Netflix, aqui no site Cebola Verde.

Confira a ficha técnica do show:

Nome: Stranger Things 3

Estreia: 04 de julho de 2019 – 55 minutos, em média

Direção: Matt e Ross Duffer

Elenco: Winona Ryder, David Harbour, Finn Wolfhard, Millie Bobby Brown, Natalia Dyer, Charlie Heaton, Caleb McLaughin, Gaten Matarazzo, Noah Schnapp, Sadie Sink, Joe Keery, Dacre Montgomery, Priah Ferguson, Cara Buono, Maya Hawke

Distribuidora: Netflix


A série tão aclamada pelo mundo pop voltou! Com a primeira temporada sendo um tiro no escuro, mas dando certo, dificilmente os irmãos Duffer irão parar.

A primeira temporada foi um marco para muitos. A proposta totalmente nova e diferenciada no setor de séries conquistou todos os amantes da cultura geek, e de fato, foi incrível. Somos colocados dentro da série em busca do Will Byers (Noah Schnapp), que tivera sido desaparecido misteriosamente para um outro plano espiritual. Teve um começo, meio e fim sólidos, onde a todo momento você quer saber o que irá acontecer. Adiante, a segunda temporada contou com diferenças no rumo da trama narrativa. Um pouco mais lento e tirando o foco no menino Will, e sim, no “Mundo Invertido”, a segundona demora para engrenar, mas mesmo assim entregue da essência narrativa do primeiro que conquistara o público. Por outro lado, a terceira temporada já começa a destoar um pouco mais do primórdio.

Stranger Things” segue sendo um ícone pop e geek para esta nova geração. Todos os personagens possuem sentimentos e construções narrativas incríveis. Não há sequer um personagem que seja enjoativo ou chato, todos funcionam em completa harmonia. Isso faz com que haja uma aproximação simbólica com o público, seja pelo negro, o corajoso, o medroso, a menina forte etc. Todos com seus atributos que atingem os diversos integrantes da comunidade geek. Vale ressaltar que, Stranger Things culmina na junção de inúmeros clássicos nerds dos anos 80 e 90, que também faz menções aos mesmos e a clássicos da época. Ora, faz total sentido, já que a série é deste tempo. E nisso a terceira temporada, mais uma vez, não deixa a peteca cair! As vestimentas, ambientações, gírias, tudo é muito bem entregue ao espectador.

A terceira temporada conseguiu trazer elementos e uma proposta muito boa, mas um tanto perigosa e mais tarde preguiçosa. A ideia de ter russos na América é muito audaciosa e precisa de muita explicação, o que a série não passa claramente em nenhum momento. E um final um tanto quanto desanimador; por exemplo, até o quinto episódio (de oito), a série passa a sensação que o mal está a chegar a qualquer instante e uma morte iminente acontecerá para os nossos protagonistas, mas aquilo não vai se concretizando e vai “broxando” tudo. Fora por ser tão previsível. Sim, um roteiro previsível.

Com certeza Stranger Things terá uma continuação, pela cena pós-créditos e também por inúmeras pistas que vão sendo deixadas. Os diálogos são muito bem construídos de acordo com o que as personagens vão evoluindo. Na primeira, são crianças inocentes que precisam resgatar o filho da Joyce (Winona Ryder) por qualquer custo. Will mais uma vez não possui tanto destaque na terceira. Na terceira, são adolescentes que começam a ter seus sentimentos um pouco mais a flor da pele e momentos racionais. Por exemplo, o relacionamento entre Mike (Finn Wolfhard) e Onze (Millie Bobby Brown) é bem interessante ao longo da série por ser muito bem construído. Vale destacar uma Onze totalmente diferenciada nesta temporada. O icônico Dustin (Gaten Matarazzo) é o mais lógico do quarteto original e se destaca. Aliás, o quarteto da loja de sorvetes (Dustin, Robin, Steve e Erica) é o que possui uma química bem mais agradável com pitadas de humor e seriedade.

No total, os efeitos especiais foram bons, mas a ideia de ter um monstrengo atacando crianças com bastante CGI não casou, mais uma vez, bem. E a edição segue sendo impecável no seu limite. Para finalizar a parte técnica, as atuações são convincentes e destaque para o “Joyce!” do David Harbour que é espetacular.

Diante dos fatos supracitados, a terceira temporada de “Stranger Things” é intrigante até o quinto episódio com toda mística e mistério a ser descoberto. Com muita referência, jargões e elementos icônicos dos anos 80, a série dá a sensação de nostalgia, mas peca ao apertar o freio no final da temporada. Entretanto, não deixa de ser uma boa opção de entretenimento e um bom salto para uma quarta temporada, que deverá comer muito arroz com feijão e aprender bastante com a primeira season para voltar a ser forte.