#TBO Titanic e o pior modo de terminar: dizer que não há espaço na tábua

Como James Cameron revolucionou o cinema

Titanic
Reprodução/Star+

Nesta semana onde é celebrado o amor, o #TBO vai ser inteiramente direcionado à filmes de romance. Desta vez escolhemos três clássicos do cinema: “Titanic”, “La la land” e “Questão de tempo”. Neste post iremos descobri se Jack cabia na tábua ou se Rose foi egoísta.

Ganhador de 11 Oscar’s, “Titanic” chegou às telonas em 1997 com a ambição de contar uma história de amor bem ao estilo de Romeu e Julieta durante uma tragédia que o público já aguarda. A missão, apesar de difícil, foi cumprida com glórias e o longa é até hoje enaltecido pelo seu primor técnico e história envolvente. O orçamento de US$ 200 milhões foi recompensado com a bilheteria de US$ 2,187 bilhões que, até o lançamento de “Avatar” (2009), 12 anos depois, ostentou o posto de maior bilheteria da história e manteve a vice-liderança por uma década até a estreia de “Vingadores Ultimato”. Muito mais do que recordes, o filme é um marco no cinema e iremos relembrar aqui.

Em 1912 o mais luxuoso e, teoricamente, mais seguro navio do mundo dava sua primeira e única aventura em alto mar. Com largada em Liverpool e tendo Nova York como destino, o navio considerado “inafundável” jamais terminou seu percurso e até hoje permanece no fundo do oceano. As circunstâncias envolvendo seu naufrágio na viagem inaugural despertam curiosidade de inúmeras pessoas, incluindo o do cineasta James Cameron. Foi com essa ideia de pesquisar mais sobre os mistérios da tragédia, que Cameron decidiu fazer um filme ambientado no icônico navio. 85 anos após a fatalidade chegava às telonas o filme “Titanic”.

Disputa de classes x amor verdadeiro

Titanic é praticamente um Romeu e Julieta em alto mar. A diferença é que a briga entre as famílias se tornou uma briga de classes. Enquanto Jack Dawson (Leonardo DiCaprio) é um plebeu feliz por ter ganho seu ingresso na classe econômica da embarcação, Rose DeWitt Bukater (Kate Winslet) vive o extremo oposto por ser uma jovem da alta sociedade, porém infeliz por ser comprometida com um homem que não ama.

Vivendo em mundos tão distantes, apesar de tão próximos, Rose e Jack se conhecem por obra do acaso. Sofrendo pressão da mãe para se casar com Cal Hockley (Billy Zane), em um ato desesperado, Rose considera se jogar do navio e chega a se equilibrar na proa. É neste momento que Jack chega e, com paciência e boa lábia, convence a mocinha a desistir do ato. Deste momento em diante, além da romance do casal começar, outro ponto importante no relacionamento deles é aflorado: a colisão das classes. Desde o começo, Jack é tratado com desdém enquanto Rose é paparicada.

Reprodução/20th Century Fox
Foto: Reprodução/20th Century Fox

O casal se envolve e, apesar de falsas acusações e outros empecilhos para separá-los, o amor deles os une. Até que a tragédia, já prevista desde o título do longa parece ser um obstáculo irremediável para os dois. A colisão da embarcação em um iceberg promete ser um desafio impossível de driblar. Rose consegue soltar Jack de onde ele foi preso injustamente e, com ele, tenta se salvar, mas isso não é suficiente.

O navio

O motivo para a produção, assim como ambientação do longa é um personagem à parte. Desde sua monumental estrutura que varia entre o luxo absurdo da burguesia e as classes econômicas, onde as pessoas se espremem como sardinhas, tudo no Titanic faz parte da contextualização da trama. A história é contata com partes no presente e flashbacks e em nenhum momento a áurea do Titanic deixa o público.

Foto: Reprodução/20th Century Fox
Foto: Reprodução/20th Century Fox

Até mesmo enquanto agoniza ou a contemplação de seu cadáver adormecido no fundo do oceano Atlântico impressionam pelo primor e a forma realista que a embarcação é trazida.

Sensibilidade

As atuações, fotografia, passando pela direção, roteiro e a icônica trilha sonora de James Horner merecem elogios. É difícil, mesmo após 23 anos de sua estreia, achar falhas no longa. Talvez a razão para isso seja a sensibilidade e perfeccionismo de James Cameron em cada detalhe. Titanic é imponente e ainda impressiona pelo espetacular trabalho na cenografia e direção de arte.

Reprodução/20th Century Fox
Foto: Reprodução/20th Century Fox

A forma que o cineasta encontra para equilibrar os momentos de drama, doçura, romance e desespero de forma orgânica é inigualável. O elenco se encaixa como uma luva e tem atuações impressionantes – coroadas posteriormente por seus protagonistas oscarizados. A harmonia é tamanha entre os elementos que a figura do longa ficou tatuada no imaginário. Impossível imaginar o cinema como é hoje sem as influências do longa.

A obra enfrentou diversos problemas, assim como o casal protagonista, para ser lançada. Orçamentos foram quebrados, prazos extrapolados, acidentes nas gravações… Até a intérprete do sucesso atemporal “My heart will go on”, Celine Dion, precisou ser convencida a aceitar cantar a música. Não por acaso, Titanic chegou ao cinema com status de filme com produção mais cara até então.

Tinha espaço para Jack?

Mas este filme também ostenta um dos maiores questionamentos do cinema: afinal, havia espaço para Jack na tábua? James Cameron já provou que apesar de larga, o pedaço de madeira que Rose se agarra após o navio afundar, não aguentaria também o peso de Jack.

Foto: Reprodução/20th Century Fox
Foto: Reprodução/20th Century Fox

Mesmo sendo uma história de amor trágica, porém emblemática, muitos fãs de teorias da conspiração duvidam da existência de Jack. Para os crentes desta fanfic, ele não passa de fruto da imaginação de Rose cujo ela inventou para escapar da depressão. A teoria ganha força ao observar que no final do filme, os pesquisadores afirmam que não havia nenhum Jack Dawson na lista de passageiros. No entanto, se rebobinarmos um pouco, lembramos que o rapaz não chegou a comprar seu bilhete, ele o ganhou em uma aposta, portanto, a ausência é justificável.

Apesar disso, o assunto ainda é alvo de discussões entre cinéfilos de todo mundo. Deixe nos comentários sua opinião sobre.