Era uma Vez em… Hollywood | Crítica

Análise sobre o filme “Era uma Vez em… Hollywood”, da Sony Pictures (convite da Sony Pictures BR), aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama cinematográfica:

Nome: Era uma Vez em… Hollywood (Once Upon a Time… in Hollywood)

Estreia: 15 de agosto de 2019 (Brasil) – 2h 42min

Direção: Quentin Tarantino

Elenco: Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie, Al Pacino, Kurt Russell, Timothy Olyphant, Michael Madsen, Damian Lewis

Distribuidora: Sony Pictures


O diretor Quentin Tarantino retorna em sua nona criação dentro do seu universo ímpar, e desta vez, é para contar a história de um ator na beira do fracasso junto ao seu fiel escudeiro dublê. Como sempre, seus protagonistas são estrelas de hollywood, Leonardo DiCaprio e Brad Pitt. E que dupla!

“Era uma Vez em… Hollywood” não chega a ser o melhor filme do Sr. Tarantino, mas há sua marca bem presente que por acontecimentos e sua originalidade mostra que o aclamado diretor ainda tem lenha para queimar. A direção é de fato impecável, os atores estão super envolvidos na trama e isso é refletido na atuação. Mas o roteiro apresenta bastante espaços que poderiam ser descartados, já que o filme possui aproximadamente três horas de duração.

Mesmo baseado em uma história real, o universo e a criação é dele. Ele escolhe o que fazer, mesmo que distorça bastante os acontecimentos reais, então esse paralelo em fazer um ator (Leonardo DiCaprio) em decadência morando ao lado da Sharon Tate (Margot Robbie) e Roman Polanski (Rafal Zawierucha) foi incrível. A história não é focada nela em nenhum momento, apenas dizer que ela mora ao lado.

A dupla Rick Dalton (Dalton) e Cliff Booth (Pitt) funciona perfeitamente. A atuação de Brad Pitt então é magistral, um verdadeiro ‘badass’. Mesmo que o Sr. Dalton seja a estrela, ele não ofusca toda serventia de Booth, pois os acontecimentos ora atuados por Dalton ora realizados de “modo verdadeiro” por Cliff são interligados em todos os sentidos.

O panorama de uma cidade de Los Angeles em 1969 foi bem representada, pois os figurinos, carros, gírias e estereótipos culminaram na imersão da obra. Ou seja, transmite a sensação da década de 70. Outra coisa que foi bem representada foi os hippies ou a família Manson, conhecida nos Estados Unidos por inúmeros assassinatos às estrelas hollywoodianas. Vale salientar que não é necessário que você saiba o caso do assassinato de Sharon Tate, mas caso você queria entender um pouco mais do acontecimento, vale a pena ler antes de assistir o filme para um entendimento mais apurado. Por isso, mais uma vez, Tarantino deixa o fácil entendimento.

Por outro lado, Margot Robbie não teve tanta presença de tela assim, igualmente com Al Pacino, o qual poderia facilmente ter sido substituído para um ator genérico que não haveria nenhuma mudança significativa no filme. Então, segue o foco total na dupla.

Os momentos de tensão estão bastante presentes na drama. Há uma carga dramática fora do comum, quando uma cena é realmente útil e culmina em acontecimentos cruciais para trama. Quando algo de ruim está prestes a acontecer, o plano holandês é utilizado. Poucos diretores utilizam deste recurso. Isso, em certas ocasiões, é de uma importância significativa. Esses momentos de tensão são acompanhados por diálogos bem estruturados e coesos. Além do mais, as piadas possuem um timing certo e funcionam.

Diante dos fatos supracitados, “Era uma Vez em… Hollywood” traz consigo elementos e a mão de Quentin Tarantino. Talvez não seja realmente o melhor filme já feito pelo diretor, mas é de bastante agrado e uma ótima aula de direção. O roteiro peca em estender momentos que poderiam ser facilmente cortados pela edição. Outro fator, são as distorções que atribuem e até melhoram alguns fatos reais, porém uma câmera um pouco tanto machista quando os olhos são focados na figura feminina. Figurinos, ambientes, situações de uma cidade de Los Angeles pulsando velho oeste em Hollywood, constroem diálogos e situações de suspense que acrescentam positivamente na trama.