Análise sobre o filme “Adão Negro”, da Warner Bros. Pictures (a convite da própria), aqui no site Cebola Verde.
Confira a ficha técnica da trama:
Nome: Adão Negro (Black Adam)
Estreia: 20 de outubro de 2022 – 2h 04min
Direção: Jaume Collet-Serra
Elenco: Dwayne Johnson, Aldis Hodge, Pierce Brosnan, Noah Centineo, Quintessa Swindell
Distribuidora: Warner Bros. Pictures
Gênero: Ação, Fantasia, Aventura
O filme “Adão Negro” é mais uma peça da DC Comics nos cinemas. Talvez seja até monótono dizer, mas infelizmente é o mais do mesmo com alguns pontos a serem ressaltados. Não que isso seja ruim, pois o filme proporcionará um bom entretenimento ao espectador. O fato é que o diretor Jaume Collet-Serra não fez nada exorbitante em um roteiro básico – até mesmo cansativo às vezes.
Então, vamos aos pontos que devem ser mencionados: primeiro, a caracterização dos personagens está bem legal. Quem curte a mitologia de super-heróis, vai curtir a ideia dos trajes que são muito bem feitos. Segundo, o ideal de dominado e dominador que o filme propõe do povo de Kahndaq. É algo que ainda reflete nos dias atuais e constantemente temos esse debate sobre os heróis estadunidenses se acharem os donos da razão. E quando um “novo” aparece, se sentem ameaçados. E, por último, Dwayne Johnson. O ator é um showman e ele sabe usar desse fator perfeitamente em obras que trabalha.
E o que não dá certo nessa nova obra da Warner? Mesmo que as lutas sejam belas de serem vistas (até mesmo lembram cutscenes de videogame), elas são bem repetitivas em quererem mostrar o potencial da força do Adão Negro. É sempre mais do mais, explosões, câmera lenta, explosões, câmera lenta e mais explosões. No início funciona e é super legal, depois fica enjoativo. Dá a entender que o diretor só quer mostrar o caos. E o que peca é o roteiro simples, sem grandes inovações, bem clichê de herói mesmo. Para alguns isso já basta.
Diante desses dois pontos, um positivo e outro negativo, trago-lhe mais alguns positivos. As interações e os diálogos entre os personagens funcionam muito bem. A química do Johnson com os outros atores traz consigo força, e consegue extrair – talvez –, o melhor dos coadjuvantes. A nova Sociedade da Justiça é divertida de se ver; há um alívio cômico da pseudo-fantasia do Deadpool, um Esmaga-Átoma mais novo, interpretado pelo jovem Noah Centineo. A experiência de cem anos do Doutor Destino, por Pierce Brosnan, o qual leva diálogos bem caricatos de super-herói e um CGI desconfortável muita das vezes quando está com o elmo. Gavião Negro é a balança da justiça, interpretado por Aldis Hodge, que faz um papel digno. Já a Ciclone (Quintessa Swindell), esperava um pouco mais, todavia é meio complicado dizer isso com tanto astro e personagens possivelmente mais importantes na trama. O vilão Sabbac é muito genérico.
Diante dos fatos supracitados, “Adão Negro” é sim um bom filme de aventura para se divertir que poderia ter menos duração. Os efeitos visuais, acompanhados de bons diálogos, figurinos bem detalhados, câmeras lentas e muita porrada, traz um filme durão com bastante sangue implícito. Dwayne Johnson é carismático, atua com vontade e mostra que ainda dá um caldo como um antiherói (termo o qual o filme trabalha de um modo interessante). Entretanto, peca em um vilão genérico, brigas em acessos para reafirmar aquilo que já sabemos, pois o roteiro poderia entregar muito mais.
