Eu Sou Mais Eu | Crítica

Análise do filme “Eu Sou Mais Eu”, comédia da Imagem Filmes e a Kéfera como protagonista, aqui no site Cebola Verde.

Confira a ficha técnica do filme:

Nome: Eu Sou Mais Eu

Estreia: 24 de janeiro de 2019 – 1h 38min

Direção: Pedro Amorim

Elenco: Kéfera Buchmann, Giovanna Lancellotti, João Côrtes, Arthur Kohl, Flavia Garrafa, Felipe Titto, Marcella Rica

Distribuidora: Imagem Filmes


O novo longa “Eu Sou Mais Eu”, estrelado por Kéfera Buchmann (Camilla Mendes) e dirigido por Pedro Amorim, aposta em transmitir uma ideia de autoaceitação e ser você mesmo. A partir de uma volta ao ano de 2004, época de sua conturbada adolescência, ela revive uma fase de sua vida não tão “pop star” como ela estava acostumada a viver.

O filme tinha tudo para ser mais um clichê adolescente, onde o maior problema da protagonista seria resolvido a partir de um encaixe dela dentro de um padrão estético promovido pela sociedade, mas o que pode ser observado é uma proposta diferente. Quando acontece a volta ao passado, Camilla entende que sua missão seria refazer sua vida sendo ‘a pessoa que aprendeu a ser’ – a famosa, com personalidade prepotente e cheia de si – durante a adolescência, pois acreditava que nessa fase carregava uma imagem de ‘bizarra’ e perdedora. Contudo, no decorrer da história, de forma natural, Camila se vê confortável agindo da forma “estranha” que antes ela considerava inaceitável.

A temática escola-bullying-puberdade é uma fórmula comum nos cinemas e automaticamente nos faz esperar um final habitual. Porém, a todo o momento foge do corriqueiro cinematográfico infanto-juvenil; os palavrões, muito usados pelos jovens, não ficam ocultos, além da personagem principal não ter necessidade de encontrar um par romântico para ser plenamente feliz, pois se entende que o relacionamento que ela procura é com ela mesma, e talvez a pessoa com quem você divida os seus melhores momentos não necessariamente seja um(a) namorado(a), mas um(a) amigo(a).

Há de se destacar as atuações do elenco escalado, que transmitiu perfeitamente as emoções que cada personagem exigia. A relação entre Camilla e seu avô Décio (Arthur Kohl) nos remete às pessoas e aos momentos de valor imensurável que deixamos de lado por esperar o amanhã. A amizade com ‘Cabeça’ (João Côrtes) reflete a lealdade encontrada numa relação baseada na cumplicidade. Drica (Giovanna Lancellotti), quase uma Regina George, nos deixa com raiva na maior parte do filme, mas nos provoca sentimento de compadecimento em determinado momento. O ponto alto do longametragem é a própria Camilla, atuação excelente de Kéfera Buchmann, onde percebe-se um amadurecimento profissional da atriz e produtora associada do filme, demonstrando veracidade em cada cena, nos convencendo, inclusive, que a história vai ao encontro, em diversos momentos, com sua própria vivência.

Em suma, “Eu Sou Mais Eu” é um filme para assistir sem compromisso de ser cult. O divertimento é assegurado pelas tiradas engraçadas e humor ácido, retomando o sentimento nostálgico de quem viveu os anos 2000, passou pela fase do alisamento com escova progressiva e dançou ‘Ragatanga’ – que por sinal é uma das músicas da contagiante trilha sonora. Com final apoteótico, o filme é concluído com sucesso, deixando sua mensagem com êxito, assegurando que podemos ser quem verdadeiramente somos.

Redigido também por Júlia Ferreira.

Edição por Volney Tolentino.