Análise sobre o filme “Deadpool 2” da 20th Century Fox (convite da Fox Film do Brasil), sequência do Mercenário Tagarela, aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama cinematográfica:
Nome: Deadpool 2
Estreia: 17 de maio de 2018 (Brasil) – 2h 00min
Direção: David Leitch
Elenco: Ryan Reynolds, Josh Brolin, Morena Baccarin, T.J. Miller, Zazie Beetz, Brianna Hildebrand, Stefan Kapicic, Terry Crews, Julian Dennison, Bill Skarsgård e Karan Soni
Distribuidora: 20th Century Fox
Se você fosse um diretor de cinema e tivesse em mãos o poder de fazer qualquer coisa em seu filme, sem nenhum tipo de restrição, o que você faria? E sem ao menos saber se iria ser bem aceito pelo público geral pela ousadia do que fizera, e correr para dirigir uma potencial sequência – tendo em mente que não poderá arruinar o possível legado – mais uma vez a pergunta, o que você faria? Bem, Ryan Reynolds tem a sua resposta, não por ser diretor, mas sim, por acreditar até no final na perturbada história do Mercenário Tagarela, e claro, ter acertado novamente.
Sim, não foi o Sr. Reynolds que dirigiu o primeiro e nem esse, porém, o roteiro passou por ele diretamente, acompanhado por Rhett Reese e Paul Wernick. Sendo assim, o filme tem a premissa humorística sarcástica bem parecida com a da primeira trama, um jeito muito vulgar de fazer as coisas do mutante anti-herói Deadpool; Reflexo dos seus quadrinhos. Infelizmente, a ideia em um primeiro ponto não deu muito certo e algumas refilmagens foram solicitadas, pois analistas especiais não acharam convidativo como foi no primeiro. Entretanto, deu certo!
Deadpool 2 consegue ser um filme de costuras, cujo o diretor David Leitch trabalha induzindo ao erro racional do espectador, pensando que é realmente aquilo, mas não é, em toda ocasião. A trama vai se remoendo até chegar em um ápice e, num estalar de dedos, mudar completamente. Há uma carga dramática muito mais forte do que é esperada por muitos, que muita das vezes de fato não funciona; o qual protagonista se vê nesse impasse ao longo da sessão. É até meio duvidoso pelas origens do personagem, mas ok! Referências, easter-eggs, citações e como você queira chamar, são o que não faltam mais uma vez na trama. Óbvio que é preciso ter uma bagagem geek/pop/nerd para entender certos trocadilhos, e ser canadense ou americano também ajuda muito. Ou seja, um roteiro simples e bem humorado, nem sempre as anedotas funcionam, todavia, está ali para divertir e entreter. E não, Sr. Wade Wilson, o roteiro não é fraquíssimo!
O primeiro filme tem um orçamento muito baixo para os padrões de Hollywood, uma longa e velha história. Devido ao sucesso, consequentemente, o dinheiro entraria no cachê da produção. A continuação do Mercenário Tagarela teve um enriquecimento na computação gráfica exponencialmente. Os efeitos especiais estão muito bem encaixados no filme, nenhum momento há desconforto visual – apenas nas quebradas do Wade -, a trilha sonora se encaixa perfeitamente com a trama, pois em inúmeras ocasiões eles se aproveitam disso nas incríveis cenas de ação e violência livre/barata. Sim, vale dar ênfase nesses dois últimos aspectos: a violência excessiva livre e as cenas de ação muito bem trabalhadas. Muito mais do que no primeiro filme, pode ter certeza! E claro, o mesmo padrão de ambientação do primeiro filme: bem “cool”, atual e americana de ser.
Depois do primeiro ato lento, o filme vai dando as caras, conhecemos mais os personagens: Wade Wilson/Deadpool, já conhecemos pelo primeiro filme, Ryan Reynolds, mais uma vez, fez um espetáculo e nasceu para fazer o mercenário, sem sombras de dúvidas. Morena Baccarin, muito bem encaixada, volta como o par romântico e inspiração de vida do Wade, Vanessa, mas com uma carga bem menor. T.J. Miller é o infante Weasel, humorado e melhor amigo do fanfarrão. Esses supracitados estão basicamente os mesmos do primeiro filme, não caíram de produção, nem mesmo a cega Al (Leslie Uggams), porém, Dopinder (Karan Soni) é muito mais explorado. Não irei comentar muito da Força-X por spoilers, então ficará a seu critério, o fato é que, a sortuda Dominó (Zazie Beetz) está muito bem trabalhada e mostra todo o seu poder em ação, calando a boca de muitos. Colossus (Stefan Kapicic) e Míssil Adolescente (Brianna Hildebrand) continuam um espetáculo a parte, até mesmo um upgrade feito!
Do outro lado da moeda, há o poderosíssimo Thanos, digo, Cable, interpretado por Josh Brolin, e o cara sabe muito bem o que faz em ação. Suas expressões e devoções ao longo do filme são muito bem aproveitadas; no início, confusa, exatamente para enganar o receptor. Os seus poderes foram bem utilizados e explicados de modo coeso. Não decepciona!
Diante dos fatos supracitados, Deadpool 2 marca mais uma vez as telonas com o seu jeito irreverente de lidar com as extremas situações e desafios, sem deixar o humor de lado e suas fantásticas referências pop. Ryan Reynolds trouxe alegria para o povo com seus trocadilhos exacerbados, sem filtro e vingativo. Pode soar estranho, mas o filme deixa bem claro que é politicamente correto e não gosta de humor negro – coisas que ferem os direitos humanos -, fora isso, ele quer a diversão de todos, independente do gênero; Algo que foi muito bem ingerido na trama. Suas cenas de ação muito mais violentas que o normal também é um espetáculo a parte, fazendo que muita das vezes dê desconforto em quem não está acostumado a ver. E sim, Deadpool 2 tem duas cenas pós-créditos, entre elas uma das melhores do cinema!