Análise sobre o filme “A Médium”, da Paris Filmes (a convite da própria), aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama:
Nome: A Médium (The Medium)
Estreia: 19 de maio de 2022 – 2h 11min
Direção: Banjong Pisanthanakun
Elenco: Narilya Gulmongkolpech, Sawanee Utoomma, Sirani Yankittikan
Distribuidora: Paris Filmes
Gênero: Terror, Suspense
Você conhece o termo “found footage” no meio cinematográfico? Agora, se eu te perguntar: você já assistiu algum filme com a câmera meio tremida parecendo amadora, como em algumas gravações caseiras ou em alguns realities shows? Então, “A Médium” utiliza dessa técnica – revelando-se uma junção do clássico “Atividade Paranormal” com “Espíritos: A Morte Está a Seu Lado”.
O diretor Banjong Pisanthanakun foi entusiasta em criar um documentário falso, cujos espectadores podem, em algum momento, acreditar que de fato aquilo aconteceu. O “mockumentary”, como é propriamente chamado, ainda é um gênero pouco explorado no Brasil. Trata-se de um filme de terror que envolvem espíritos, com a utilização da técnica de “filmagem amadora”, conversando diretamente com o espectador, a obra fica mais próxima do realismo, dando a entender que aquilo realmente aconteceu e acontece. E mais uma vez, como entusiasta, o diretor apropriou-se de referências clássicas do terror, mas infelizmente acaba se perdendo um pouco nesse caminho.
Em “A Médium”, conhecemos a personagem Nim, bem interpretada pela Sawanee Utoomma, uma médium experiente que reside em Isan, Tailândia. Ela é acompanhada desde a juventude pela entidade Bayan e isso é tema para os documentaristas, na finalidade de entender mais sobre o processo do culto. Nim possui uma irmã que renegou a entidade e toda a consequência irá diretamente para sua filha.
Há de se dizer que o roteiro é interessante, com recursos técnicos bem utilizados e acompanhados de uma bela montagem de imagens ambiente. Entretanto, o filme de Banjong Pisanthanakun parece arrastado em alguns momentos. Por exemplo, o início como documentário é bem cansativo e até enjoativo de tanto a câmera ficar se movendo. E no final, não dá para saber onde que o diretor quis chegar. Talvez seja até curioso para alguns, mas muito espalhafatoso para mim.
Não, o filme não é ruim. Por se tratar de espíritos, no segundo ato, a construção da narrativa foi muito bem elaborada e perturbadora. A direção consegue vender a ideia macabra que está por trás de todos os acontecimentos; há jump scares interessantes e momentos horripilantes visualmente. E claro, a condução da tensão foi muito bem trabalhada pela direção e os atores que imergiram na obra, ainda mais por se tratar de uma cultura totalmente diferente do povo ocidental. Vale muito essa experiência dos rituais e uma outra visão sobre o assunto religião. Mas é aquilo, até que ponto pode ser verossímil?
Diante dos fatos supracitados, “A Médium” é um bom filme de terror para assistir com seus amigos com muita tensão e muitos contextos macabros. Uma trilha sonora que acompanha e dá mais ainda suspense nas incríveis atuações dos atores. Pode cansar em certos momentos, mas vale muito a pena ser assistido e será ainda mais TENSO se for a noite.
