O ilustrador e quadrinista PJ Kaiowá vem se destacando cada vez mais no mundo dos quadrinhos, desenvolvendo um estilo marcante, na busca de uma cultura pop brasileira. Prova disso, é o lançamento do seu thriller policial “Carnívora” pela editora americana Behemoth Comics. A revista, que foi lançada em 2015 por financiamento coletivo, teve seu lançamento nos EUA nesta semana, juntamente ao vinil com músicas compostas pelo músico e produtor Jay Ray.
Carnívora é um álbum de terror que conta a história de Carlos, um policial civil à procura de sua noiva desaparecida. Como única pista, um endereço: Morro da Caveira. Um dos maiores complexos de comunidades do Rio de Janeiro. Mas não apenas isso, intrigantes relatos dos moradores chamam a atenção.
Todos contam a mesma história, que o topo do morro é assombrado por pequenas criaturas carnívoras, parecidas com crianças, que levam terror e morte às redondezas. É lá que a procura de Carlos começa. É lá que ele vai encontrar o que menos espera.
Uma história para refletir sobre o preço de nossas escolhas, o que pode trazer à tona os verdadeiros monstros.
“Foi aí que comecei a entender que poderíamos desenvolver a nossa cultura pop, com nossos elementos, nossos dramas, nossa forma de resolver as coisas. Fazer de toda miscigenação marcada na pele e na estrutura, uma identidade forte e autêntica. Afinal, é o que somos!”, afirma PJ, que destaca com traços em preto e branco a ficção, que traz uma diagramação organizada, utilizando páginas duplas para dar mais destaque aos cenários, além de criar uma perspectiva com sensação 3D, onde parece que a cena sai da página.
Sobre o caminho para chegar a Behemoth, PJ destaca que “são daquelas coisas que tinha mesmo que acontecer. Eventualmente faço prospecções, monto um projeto com meus trabalhos e começo a disparar para as editoras. Uma delas foi Behemoth. E na mesma hora recebi o retorno deles. “Eita, como assim?! Ninguém responde na hora”. Uma resposta leva meses, até anos, quando tem. Mas o editor veio todo empolgado falando que já estavam preparando o e-mail pra me mandar. Eles tinham a revista em mãos, inclusive, que haviam adquirido na CCXP através de um representante. Fui muito bem recebido e agora conversamos sobre possíveis novos projetos”, completa.