O jornalista vem ao país em setembro para palestrar em conferência de educação e falar sobre o papel da imprensa na cobertura de tragédias como a de Columbine.
O dia 20 de abril de 1999 ficou marcado para sempre na história dos norte-americanos. O Massacre de Columbine pode não ter sido o primeiro tiroteio em massa, mas foi o primeiro da era digital — e o primeiro de larga magnitude. Na esteira dos acontecimentos de Newtown, Virginia Tech, Christchurch, Suzano e Ohio, o debate em torno deste tema torna-se cada vez mais urgente.
Dave Cullen, um dos primeiros repórteres a chegar à cena do massacre de Columbine, estudou a cobertura do massacre incansavelmente e se tornou referência no assunto. Dedicou dez anos para escrever o livro “Columbine”, obra que, hoje, é a definitiva sobre o caso. Lançado no Brasil pela DarkSide Books, o livro chega às livrarias na segunda quinzena de setembro e faz parte da linha Crime Scene da editora, dedicada à publicação de obras consagradas de não ficção que estudam casos notórios.
Um dos convidados do Educação 360 – Encontro Internacional, que acontece dias 16 e 17 deste mês, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, Dave Cullen vem ao Brasil para falar sobre o papel da imprensa na cobertura de tragédias como a de Columbine e sua repercussão nas vida das escolas, educadores e estudantes atingidos. Depois de sua palestra gratuita no evento (dia 16, às 14h30), Dave Cullen segue para São Paulo, onde realizará um bate-papo com leitores e jornalistas na Livraria da Travessa em Pinheiros (dia 18, às 19h). Ambos os eventos são gratuitos e terão tradução consecutiva disponível para que o público brasileiro possa interagir com o jornalista. O livro “Columbine” estará à venda no local.
Retrato de um assunto ainda tão atual, “Columbine” é um trabalho minucioso de Dave Cullen sobre o massacre e mescla reportagens publicadas na época com a análise de mais de 25 mil páginas de evidências policiais, incluindo entrevistas, vídeos e áudios. Tanto tempo de pesquisa fez com que Dave Cullen percebesse outros detalhes envolvendo uma classe da qual ele mesmo fazia parte: a imprensa. Com faro investigativo apurado, ele critica a cobertura massiva da mídia e sua responsabilidade ética no caso, propagando fatos sem o cuidado necessário, o que ajudou a mitificar o acontecimento que agora já completa duas décadas.
O livro de não ficção “Columbine” foi ganhador de inúmeros prêmios e foi indicado em mais de vinte listas de melhores livros de 2009, incluindo The New York Times, Los Angeles Times e Publishers Weekly. Eleito uma das melhores obras da década de 2000 pelo American School Board Journal, a obra agora chega ao alcance dos leitores brasileiros para questionarmos o ambiente no qual estamos inseridos e promover a reflexão e compaixão em cima de um tema dolorosamente próximo da nossa realidade.