Thunderbolts* | Crítica

Análise sobre o filme “Thunderbolts*”, da Walt Disney Pictures (a convite da própria), aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama:

Nome: Thunderbolts*

Estreia: 1º de maio de 2025 – 1h 58min

Direção: Jake Schreier

Elenco: Florence Pugh, Sebastian Stan, David Harbour, Julia Louis-Dreyfus, Hannah John-Kamen, Wyatt Russell

Distribuidora: Walt Disney Pictures

Gênero: Ação, Ficção Científica, Aventura, Fantasia


Em um cenário onde o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) tem, para alguns, mostrado sinais de fadiga com fórmulas já conhecidas, “Thunderbolts*” chega como uma tempestade revigorante, provando que ainda há muita faísca e originalidade no estúdio. O filme, que reúne um time de anti-heróis e personagens moralmente ambíguos, não é apenas uma adição empolgante ao cânone da Marvel, mas um verdadeiro respiro que redefine as expectativas e injeta uma dose de adrenalina e imprevisibilidade.

Desde o anúncio, a premissa de “Thunderbolts*” já instigava: reunir figuras como Yelena Belova (Florence Pugh, roubando a cena mais uma vez com seu carisma ácido e poder de liderança), Bucky Barnes/Soldado Invernal (Sebastian Stan, explorando ainda mais novas camadas de seu personagem), Guardião Vermelho (David Harbour, hilário e surpreendentemente tocante), Agente Americano (Wyatt Russell, muito mais interessante) e Fantasma (Hannah John-Kamen) sob a controversa liderança de Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus, deliciosamente manipuladora) prometia uma dinâmica explosiva. E o filme entrega exatamente isso, e mais um pouco.

O grande trunfo de “Thunderbolts*” reside em sua coragem de abraçar o “anti” de seus anti-heróis. Não espere uma jornada de redenção tradicional ou um alinhamento moral claro. O longa se deleita na área cinzenta, explorando as motivações egoístas, os passados turbulentos e a relutante camaradagem que surge entre esses desajustados. A direção é ágil e visceral, com sequências de ação coreografadas de forma criativa e que realmente destacam as habilidades únicas de cada membro da equipe. Há um peso e uma crueza nos confrontos que remetem aos melhores momentos dos thrillers de espionagem, com uma pitada do humor despojado característico da Marvel, mas aqui, mais afiado e menos familiar.

Mais do que apenas um “Esquadrão Suicida da Marvel“, “Thunderbolts*” se estabelece com identidade própria. O roteiro é inteligente ao não tentar limpar a imagem de seus protagonistas, mas sim ao nos fazer entender – e, por vezes, até torcer por – suas escolhas questionáveis. As interações entre o elenco são o coração pulsante do filme, repletas de faíscas, desconfiança, zombação e momentos inesperados de lealdade.

Para a Marvel Studios, “Thunderbolts*” representa um passo ousado e bem-sucedido em direção a narrativas mais maduras e complexas dentro de seu universo expansivo. Afastando-se um pouco da grandiosidade cósmica e das ameaças apocalípticas que dominaram fases anteriores, o filme oferece uma perspectiva mais pé no chão – ainda que explosiva – e focada em personagens com falhas fascinantes.

Diante dos fatos supracitados, é um filme que não tem medo de sujar as mãos, tanto literalmente quanto metaforicamente. “Thunderbolts*” é a prova de que, mesmo após tantos anos e tantos títulos, a Marvel ainda tem a capacidade de nos surpreender, nos entreter e, o mais importante, nos fazer ansiar pelo que virá. Se este é um indicativo dos novos rumos do estúdio, podemos dizer que o futuro é, no mínimo, eletrizante. Um respiro necessário e altamente recomendado para fãs e até mesmo para aqueles que andavam um pouco céticos com os rumos do MCU. O filme possui duas cenas pós-créditos.

Thunderbolts*
Sinopse
Presos em uma armadilha mortal, uma equipe nada convencional de anti-heróis embarca em uma missão perigosa que os força a confrontar os cantos mais sombrios de suas vidas.
4
Notas

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