Análise sobre o filme “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos”, da Walt Disney Pictures (a convite da própria), aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama:
Nome: Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (The Fantastic Four: First Steps)
Estreia: 24 de julho de 2025 – 1h 55min
Direção: Matt Shakman
Elenco: Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn, Julia Garner, Ralph Ineson
Distribuidora: Walt Disney Pictures
Gênero: Aventura, Ação, Fantasia
“Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” chega aos cinemas prometendo revitalizar a aclamada equipe/família da Marvel, mas infelizmente entrega uma experiência que, embora não seja de todo ruim, se mostra genérica e pouco inspirada. Parece que o filme está em uma eterna apresentação dos personagens.
O filme aposta em uma trama familiar para desenvolver seus heróis, e embora a ideia de fortalecer os laços entre Reed, Sue, Johnny e Ben seja nobre, a execução parece não sair do lugar. Por exemplo, o segundo ato do filme é arrastado, mesmo sendo um filme de 1h 55min. As dinâmicas entre os personagens, embora por vezes charmosas, parecem faltar sustância. Há diálogos interessantes, mas que ficam por isso mesmo. Faltou um diferencial que justificasse mais uma vez a exploração da temática.
Visualmente, “Primeiros Passos” apresenta efeitos visuais duvidosos. Enquanto algumas cenas conseguem impressionar, outras sofrem de um aspecto artificial, especialmente quando os poderes do Quarteto estão em pleno uso. Isso acaba por quebrar a imersão e faz com que o espectador se lembre de que está assistindo a uma obra de ficção, em vez de ser transportado para a realidade do universo do filme. Entretanto, a ambientação retro futurística dos anos 60 é bem legal.
No entanto, um dos pontos mais positivos do filme são as atuações carismáticas do elenco principal. Apesar das limitações do roteiro, os atores conseguem imprimir personalidade e simpatia aos seus personagens, tornando-os mais agradáveis de acompanhar. A química entre eles é inegável e, em muitos momentos, é o que sustenta a narrativa, evitando que o filme desabe completamente. Ademais, o maior tempo de tela de cada um é notável, tornando-os necessários e realmente protagonistas.
O grande calcanhar de Aquiles de “Primeiros Passos” é, sem dúvida, o vilão Galactus. Uma figura de proporções cósmicas e ameaça universal nos quadrinhos, o Devorador de Mundos é inexplicavelmente fraco e desinteressante nesta adaptação. Sua motivação é superficial, sua presença pouco impactante, e o confronto final carece da grandiosidade que um antagonista de seu calibre exigiria. Essa subutilização de um dos maiores vilões da Marvel é uma oportunidade perdida e decepciona os fãs. Bem, a Surfista Prateado convence, mas não transmite sinal de perigo em nenhum momento.
Diante dos fatos supracitados, “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” é um filme que acerta no carisma de seu elenco, mas tropeça em uma narrativa genérica, efeitos visuais inconsistentes e uma versão diluída de um de seus maiores antagonistas. É um “primeiro passo” que poderia ter sido mais ousado e original, mesmo achando a ideia boa, porém mal executada.



