Análise sobre o filme Logan da 20th Century Fox, aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica do filme:
Nome do Filme: Logan (Logan)
Estreia: 02 de março de 2017 (Brasil) – 2h 18min
Direção: James Mangold
Elenco: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Boyd Holbrook, Dafne Keen, Stephen Merchant
Distribuidora: Twentieth Century Fox
A dinastia Hugh Jackman como Wolverine chega ao fim com um filme fantástico e digno do nome! Qual será o limite do homem, até mesmo para aqueles que possuem dons super especiais? Não é para falar que o Logan foi um filme de super herói, e sim, de sobrevivência. A vida realmente não é um conto de fadas, o que acaba sendo algo doloroso e cruel para muitos. Agora, aqueles que acompanharam todo o seu trajeto nos cinemas, com os X-Men até o presente (2017) irá sentir muito, acredite!
Logan é dosado super bem com uma direção magnífica de James Mangold. Dos trailers até a entrega final, conseguiu oferecer aos críticos uma verdadeira obra-prima. Tudo isso por ter um personagem cansado das situações vividas e ser um real animal humano, boca suja, violento e viciado. O tempo de gestão é crucial, nem tão curto, nem longo, poderia ter alguns cortes que não fariam emergir tantos efeitos na trama, mas mesmo assim não há problemas. Até porque, você pede mais do filme. Alguns detalhes são minimamente preenchidos e outros são deixados no ar, não há uma preocupação em dizer o que realmente aconteceu para chegar naquilo tudo, pois o foco inicial era outro.
Em ambiente árido, desértico, rural, depressivo e em breves momentos na cidade, dão um tom cinzento ao longa, é perfeito. Não temos um filme pós-apocalíptico como previsto, o que abre pontas e as fecha também. Tudo tão emblemático, consequentemente apresenta uma fotografia lúcida. Só pelo começo do filme já diz o que você verá em diante, o novo carcaju. Os cortes inicias são bastante movimentados e há um certo desconforto, mas não estraga a experiência. E vale ressaltar que o filme depois disso, fica muito fluido e simples – facilitando a compreensão do que está acontecendo, tanto na parte Logan (um homem mutante) quanto Wolverine (um super herói). Já que nos trailers davam ideias super diferentes do que esperávamos; Pelo incrível que pareça, isso é louvável!
Não espere muito da trilha sonora, ela é um dos pontos baixos do filme, por apresentar nada marcante – contrário do que foi proposto no trailer, nenhuma música se destaca e muito menos um nível de suspense presente. É muito vago nessa parte. Entrando nos efeitos especiais, eles pecam em certos momentos e dá para perceber que é artificial. Não tira a experiência em nenhum instante ou irrita o telespectador, só é nítido. Em nitidez teve a edição! Agrupou tudo certinho e fez um show nos cortes (lembrando do início, somente isso mesmo). Os diálogos bem encaixados te deixava bem mais em harmonia e participativo com o filme, sente o mesmo e a causa dele. A proximidade que era introduzida, faz com que você sinta os personagens de um modo divergente e incomparável, e todo aquele fator de sangue, mutilação, cabeças rolando, tudo que é possível e imprescindível acontece. Esse tal feito do filme fez com que os atores coadjuvantes – acho que nem podem ser chamados de “coadjuvantes” – exemplo: a atuação do Charles Xavier (Patrick Stewart) foi memorável, é discutivelmente a melhor até agora! Você tira de lado aquele lado intelectual do herói e passa para um nonagenário problemático. A Laura (Dafne Keen) é espetacular e não precisa falar sequer uma palavra para provar isso. Temos surpresas de certos personagens e o vilão Donald Pierce é muito bem em seu papel, que não visa em ganhar o mundo. Ou seja, Logan é bem alinhado nesse quesito, fazendo te amarrar na história.
Frisando a maquiagem dos atores, obteve um realce imenso na trama. Fez com que aquele ar dramático se propagasse e até compadecer a dor de tal. Já que o filme tinha tanto sangue, precisa tomar cuidado com isso. E considero que tenha uma melhora significativa de Deadpool em relação aos efeitos, que segue a mesma linha. Sobre isso, Shane (em português, Os Brutos Também Amam, de 1953) é uma das cartadas do filme, que se assimila muito e aparece em momentos de reflexão. Clichês são altamente quebrados em certas partes, o que fiquei admirado com a entrega. Não esperava por aquilo.
Agradeço a Fox Film do Brasil por ter ganhado a oportunidade de assistir esse filme maravilhoso. Pode se dizer que foi um dos melhores filmes sobre o Wolverine/Logan depois de anos e até mesmo dos X-Men. Tudo é introduzido e fechado beirando a perfeição, deixa algumas pontas soltas e dúvidas no ar, porém você entende a situação. Um ótimo trabalho para a despedida de Hugh Jackman e Patrick Stewart. Com toda certeza, será memorável e lembrado por décadas. E digo, obrigado!