Análise sobre o filme “Ad Astra – Rumo às Estrelas”, da 20th Century Fox (convite da Fox Film BR), aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama cinematográfica:
Nome: Ad Astra – Rumo às Estrelas (Ad Astra)
Estreia: 26 de setembro de 2019 (Brasil) – 2h 04min
Direção: James Gray
Elenco: Brad Pitt, Tommy Lee Jones, Ruth Negga, Donald Sutherland, Jamie Kennedy, Liv Tyler, Kimberly Elise, Loren Dean
Gênero: Ficção Científica
Distribuidora: 20th Century Fox
A ficção científica sempre foi palco para tratar dos mais diversos problemas humanos, desde política à ecologia, porém, para a minha surpresa, Ad Astra opta por trazer dentro desse gênero reflexões mais intimistas. Esse, com certeza, é o grande trunfo do filme, juntamente com a escolha acertada de Brad Pitt como o protagonista Roy, que carrega o filme praticamente sozinho, mas em contrapartida isso acaba se tornando um dos maiores problemas da trama. Temos um elenco de apoio de muito respeito, Ruth Negga, Tommy Lee Jones e Liv Tyler são alguns nomes que compõem esse elenco, mas o roteiro parece apagar esses personagens para dar ainda mais espaço para Brad Pitt trabalhar. A atuação sutil de Brad Pitt era exatamente o que personagem necessitava, mas a falta de interação com esses outros personagens — alguns chaves para a conclusão da trama — faz o filme parecer muito inflado, arrastado e sem energia. A fotografia casa perfeitamente com a jornada contemplativa do protagonista e chega a encher os olhos em alguns momentos.
James Gray se prova mais uma vez como um excelente diretor, mas algumas decisões trazem o questionamento da real importância daquelas cenas para a mensagem final que o roteiro tenta passar, e o clima parado do filme parece, não se justificar em grande parte do segunda ato; às vezes, uma simulação de 2001 — Uma Odisseia No Espaço, filme esse que o diretor parece ter usado como fonte principal de inspiração, apesar de se manter muito mais com os pés no chão.
Após a sessão, ouvi inúmeras comparações com outras obras já consagradas do gênero, como Interestelar, Solaris e até mesmo Gravidade. Na minha visão, essas comparações visam nivelar dizendo que esses filmes colocaram um padrão muito difícil de ser alcançado. Acho extremamente injusta essa afirmação, pois mesmo esses filmes têm problemas e propostas muitos diferentes de Ad Astra.
Apesar de tudo, Ad Astra é sim um bom filme. Às vezes, pode testar seu envolvimento com a trama, e até mesmo o seu tédio, mas ao acabar, precisa-se no mínimo, algumas horas para digerir.