Análise sobre o filme “A Mulher Rei”, da Sony Pictures (a convite da própria), aqui no site Cebola Verde.
Confira a ficha técnica da trama:
Nome: A Mulher Rei (The Woman King)
Estreia: 22 de setembro de 2022 – 2h 24min
Direção: Gina Prince-Bythewood
Elenco: Viola Davis, Thuso Mbedu, Lashana Lynch, John Boyega
Distribuidora: Sony Pictures
Gênero: Histórico, Drama, Ação
O cinema precisava de um filme com essa temática há muito tempo! Com cenas de luta de tirar o fôlego, uma trilha sonora épica e personagens incríveis/fortes (como a presença da ganhadora do Oscar Viola Davis), o filme “A Mulher Rei” é uma obra-prima sendo transmitido em uma tela. A direção de Gina Prince-Bythewood traz um movimento representativo de uma história, até então, pouco conhecida, sabendo dosar entre o contexto histórico e um drama tão sublime. Ademais, trata do tema “escravidão” de modo particular.
A Mulher Rei é uma história memorável da Agojie, uma unidade de guerreiras composta apenas por mulheres que protegiam o reino africano de Daomé nos anos 1800, com habilidades e uma força diferentes de tudo já visto. Inspirado em eventos reais, A Mulher Rei acompanha a emocionante jornada épica da General Nanisca (Viola Davis) enquanto ela treina uma nova geração de recrutas e as prepara para a batalha contra um inimigo determinado a destruir o modo de vida delas. Algumas coisas valem a luta.
O filme por si só não se limita apenas à tela. Ele busca e traz reflexão de muitas situações que acontecem no nosso dia a dia, mesmo sendo um trama baseado em acontecimentos de 1800. Ora, parece que nem tudo mudou de lá para cá, 2022. A escravidão que antes era palco físico, dá lugar ao mental nos dias atuais. E o machismo parece que nada mudara. A diretora Gina Prince-Bythewood conduz ambos os temas muito bem, sabendo alfinetar entrelinhas e ser bem direta quando precisa. Muito se diz também pelo grande roteiro, com três atos muito bem definidos que são acompanhados de atuações magistrais de todos os principais personagens. É um elenco forte e expressivo para o cinema.
Alguns talvez irão lembrar das guerreiras de Wakanda, as Dora Milaje, pelo físico, pela luta, pela determinação e entre outros atributos marcantes de uma digna guerreira, mas se limite apenas isso. É muito mais profundo e num contexto histórico muito triste – cujas pessoas foram escravizadas, retiradas de suas famílias, mortas, torturadas etc. Percebe-se algo muito mais denso e deplorável nessa parte da história humana. No filme, não entra muito diretamente na escravidão, e sim, reconhecemos que existe essa troca, povos do continente africano utilizam dessa “moeda” como meio de sobrevivência e o povo de Daomé não quer mais isso.
E mais, ver um filme onde todos os personagens parecem se entregar 100% é muito lindo. A atuação imponente de Viola Davis como a General Nanisca, dispensa apresentações. A química entre ela e a jovem Thuso Mbedu como Nawi é magistral. Um belo filme da pequena. A presença de Lashana Lynch é algo fora do normal. Temos muito mais mulheres em tela do que homens, mas o Rei Ghezo, interpretado por John Boyega, também traz uma figura marcante e justa às guerreiras. Ao todo, esses personagens culminam numa representatividade aos Outros que sofrem todos os dias, sendo ambiente familiar, profissional ou estudantil.
Por que o nome do filme é “A Mulher Rei” e não “A Mulher Rainha”? Assista e interprete do jeito que quiser, depois escreva aqui nos comentários.