Campeã de praticamente todas as principais competições de CS:GO feminino (Liga Feminina, Girl Power Invitational, Gamers Club Masters feminina, WESG, Aorus League, Grrrls League), Gabriela ‘Gabs’ Freindorfer viu a sua carreira se transformar no primeiro semestre deste ano. Aposentada desde setembro de 2021, a pro-player retornou ao cenário competitivo de CS em março de 2023, no lugar de Olga, para encarar a ESL Impact League sul-americana vestindo as cores da FURIA. Ela tankou o desafio, que a fez reacender uma paixão e vislumbrar uma nova oportunidade.
“Quando parei de jogar CS:GO, eu quis realmente me aposentar do jogo. Eu não fui fazer stream de CS:GO e não abri mão do meu leque de possibilidades. Fui jogar outros jogos e fazer tudo. Comecei a jogar o VALORANT, mas querendo ou não, os views começaram a cair também. Muita coisa foi embora e até uns patrocínios que eu tinha em relação ao CS. Mesmo desanimada, eu fui voltando a fazer outras coisas, outros projetos, viagens com a FURIA e abrindo meu leque de possibilidades em tudo que dava pra fazer. Eu não queria me encontrar em nenhum lugar, não era isso, mas eu queria testar tudo. E aí, até que eu meio que falei, meu, eu vou jogar. Vou fazer stream jogando? Sim, mas eu vou jogar também profissionalmente”, afirma a player.
De olho neste segundo semestre, cujo primeiro compromisso já começa nesta semana, Gabs quer elevar o seu nível de performance no CS:GO. A pro-player abriu o jogo sobre como está se preparando para os próximos meses. Aliás, ela virou personagem do ‘Play Like a Pro‘, campanha em que os fãs de games podem descobrir com quais ídolos dos jogos eletrônicos eles têm personalidades parecidas.
“Tenho uma média de sete horas por dia treinando com o time, de modo coletivo. No começo do dia, nós fazemos reviews de mapas do treino anterior. Depois, tem a parte tática e encaramos alguns times para testar tudo o que conversamos. Na sequência, faço uma atividade individual, que consiste em um treino de mira. Dá para fazer sozinho no Aim Botz ou no servidor diante de mais pessoas. É algo que chamamos de DM (Deathmatch), pois, se você toma a kill, nasce novamente em spots diferentes. Tem ainda uns servers de Prefire para treinar”, comenta a player, que também transfere os dados do virtual para o real à moda antiga.
“Fora a mira, também estudo o jogo. Eu vejo várias demos (jogos que já aconteceram entre outros times, de vários campeonatos) e faço o download delas para entender como está o meta do mundo inteiro. Como o CS:GO é um jogo que está em constante mudança, eu gosto de ver as coisas novas para acrescentar ao meu game. E tudo isso, desde o trabalho tático até as novidades, eu anoto em um caderno. Não existe caderno na minha casa que não tenha, pelo menos, 10 folhas de tática escrita nele”, completa .
Próximos passos na carreira
Ao mesmo tempo em que treina para subir de nível no segundo semestre, Gabs comenta sobre o seu futuro acerca da lineup feminina de CS:GO da FURIA. No balanço que fez até o momento, equipara o game até uma atividade física e traça os próximos passos. “Quando voltei ao competitivo, eu sabia que, por estar parada e fora do jogo, não seria algo tão simples. Precisava correr contra o tempo para elevar o meu nível. Mas, jogar CS é igual andar de bicicleta. Você nunca esquece. Pode até não correr com tanta confiança no início, mas cair você não irá (risos)”, revela.
“A gente vai sentar e conversar, tudo bonitinho, mas eu tenho vontade de continuar jogando. E graças a Deus começou a ter mais olhos pro cenário feminino, mais possibilidades, mais campeonatos, tanto nacional quanto internacional. Eu já joguei Mundial, mas não era tão forte quanto é agora, sabe? Então, isso já me deu uma vontade a mais, sabe? Quando eu vi que tinha mais possibilidades, que começou a crescer mais as coisas, a melhorar e tudo mais, eu pensei: meu, acho que dá, acho que agora dá, tipo, tá tudo bem, eu voltar”, conclui, ao site da Red Bull.