Sex Education (1ª Temporada) | Crítica

Análise da série “Sex Education”, comédia da Netflix, aqui no site Cebola Verde.

Confira a ficha técnica do filme:

Nome: Sex Education

Estreia: Desde 2019 – 50 minutos, em média

Criadores: Laurie Nunn

Elenco: Asa Butterfield, Gillian Anderson, Ncuti Gatwa, Emma Mackey, Connor Swindells, Kedar Williams-Stirling, Alistair Petrie, Mimi Keene

Produtora: Eleven Films

Distribuidora: Netflix


Mais uma série teen é lançada pela grandiosa Netflix com mais um tema abordado sobre os problemas rotineiros adolescentes e como superá-los com clichês… Não? Pois é, “Sex Education” está longe de ser apenas uma série monótona teen, pelo contrário, aborda temas atuais com maestria e sem clichês! Ou seja, a famosa fórmula é totalmente superada.

A australiana Laurie Nunn merece aplausos, digo isto por ter receios a séries teens por inúmeros motivos que não convêm no momento. Ela conta a vida de Otis, interpretado pelo inaudito Asa Butterfield, um garoto virgem do ensino médio socialmente desajeitado que vive com sua mãe, Jean (Gillian Anderson), que é uma terapeuta sexual. Ele se junta a Maeve (Emma Mackey), que é inteligente e esperta, “para montar uma clínica que lida com os problemas estranhos e maravilhosos de seus colegas estudantes”. A premissa é a partir disso tudo em apenas oito episódios com durações em média de cinquenta minutos.

A série não te enrola em nenhum momento, é até bem objetiva ao longo dos episódios; pois desde o piloto, a trama principal vai construindo uma lei de afinidade/intimidade com o telespectador inigualável – raras exceções de série teen – e, até mesmo, as subtramas vão completando o espetáculo. Tudo faz sentido e se conectam entre si. Outro fator que conecta o público é o linguajar informal chulo e corriqueiro do dia a dia. Obviamente, é notório ver que, em uma roda de amigos a fala costuma ser mais descontraída e vulgar, cujos integrantes possuem simpatia entre si e mais propício a falar besteiras. Sendo assim, a série “Sex Education” pegou todos esses atributos, e muito mais, para realizar seu esquema de jargões sexuais que se casaram muito bem ao longo da trama – sem se transcorrer forçado.

Com classificação etária de 16 anos no Brasil, cenas de sexo, palavrões, jargões sexuais – já mencionados na análise – e mais do nível hediondo da puberdade, a série possui uma química muito boa e vale a pena ser vista por todos. Temas como puberdade, virgindade, romance adolescente, sexualidade e intimidade com os pais entram em jogo de modo único! Nada é propriamente forçado, e digo mais uma vez, parabéns, Sra. Nunn! Juntando até uma boa trilha sonora; agradável.

É com toda certeza que muitos irão aprender com a série em diversos fatores já mencionados, contudo o que difere e apropria a série ser o que é, são os atores e incríveis personagens. Asa Butterfiled dá vida ao protagonista Otis, e quando começou a série, até estranhei a presença do jovem ator britânico no papel, porém, ele conseguiu ser louvável do começo ao fim. Só comentários positivos a respeito dele. Acompanhado pela atuação impecável de Ncuti Gatwa que se torna o Eric Effiong, um menino gay negro que mora com a sua vasta família cristãos e apenas irmãs meninas. Inúmeras cenas de Eric fazem jus a série ser tão boa. E do outro lado, aparecendo de fininho na vida de Otis, Maeve Wiley, interpretada pela icônica Emma Mackey, é a menina ovelha negra da escola e que não precisa de ninguém para dizer o que precisa. Há arcos com Adam Groff (Connor Swindells), cujo valentão nem sempre parece o que é, pois quem muito critica, acaba gostando. E sua mãe terapeuta sexual, Jean, interpretada por GIllian Anderson.

Diante dos fatos supracitados, “Sex Education” é a série perfeita para assistir em busca de esclarecimentos e dúvidas recorrentes de qualquer adolescente. A mensagem que passa em todos episódios deveriam ser levados para todos como uma autocrítica em relação aos relacionamentos pessoais e sexuais. Vale ressaltar que, certos assuntos corriqueiros como álcool e drogas não foram citados ou aprofundados na série. Há sim seus momentos cômicos em pontos certos e outros que não funcionam nem tanto. E o “shippe” é real na série, ou seja, a vontade de uma segunda temporada é grande!