A série “Wandinha!” está entre as top 10 das mais assistidas pela Netflix. A história é toda centrada na filha mais velha de Mortícia e Gomez Addams, a adolescente Wandinha, que vai estudar em uma escola para “incomuns”, alunos com habilidades paranormais.
Na trama, o personagem Eugene Otinger começa uma amizade com a personagem principal quando ela entra na atividade de apicultura, já que ele é um dos estudantes que cuidam do espaço. Nos episódios seguintes, a série aborda, pouco a pouco, curiosidades sobre a apicultura, que quebram o pré-conceito relacionado ao medo de abelhas até sobre a vestimenta mais adequada para o manejo da atividade.
O professor Armindo Vieira Júnior, fundador da Cia da Abelha e membro da Escola de Apicultura, cita algumas peculiaridades do mundo das abelhas que são retratadas no seriado.
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Apicultura como atividade extracurricular
Wandinha escolhe a apicultura, porque ninguém se interessa pelo assunto na escola. E o fato dela ser antissocial, faz com que essa atividade seja perfeita para ela; já que maioria dos alunos têm medo de abelha, por conta do ferrão. “Na vida real, acredito que as pessoas tenham medo de abelhas por falta de conhecimento, pois se souberem respeitá-las e se seguirem os devidos protocolos para o manejo, não há o que temer.”, diz Armindo.
Tipos de colmeias
Apesar de ser uma série passada no tempo atual, a trama apresenta colmeias nos moldes antigos, parecendo aquelas utilizadas na idade média, chamados de colmos ou balaios. E isso dá a série um ar mais bucólico.
“Hoje, usamos colmeias langstroth, que é de expansão vertical, dividida em módulos. Ela é composta pelo fundo, que serve de apoio para toda a estrutura; pela caixa ninho, onde as abelhas operárias se instalam; por uma ou mais melgueiras, onde o mel será armazenado; e a tampa, que recobre toda a estrutura. Na base, parte frontal, está o alvado, que é a entrada da colmeia. A vantagem desta colmeia é que as abelhas constroem o favo de mel em caixilhos (quadros), que podem ser movidos com facilidade. Os caixilhos são projetados para evitar que as abelhas unam os favos de mel, normalmente elas iriam conectar os caixilhos as paredes da colmeia. Com esse tipo de colmeia, é possível multiplicar o número de abelhas, de forma que o apicultor possa dar condições a rainha de colocar muitas abelhas,” explica o professor.
Wadinha de uniforme branco
No seriado, Wandinha e os alunos usam roupas escuras, mas isso não acontece quando estão no apiário. Única cena que Wandinha aparece de branco é quando está no apiário aprendendo sobre o universo das abelhas.
Segundo o professor Armindo, a roupa de proteção precisa ser clara. Os tons claros não atraem as abelhas, enquanto as mais escuras e estampadas irritam esses animais. E é justamente por isso que as vestimentas do apicultor, além de indispensáveis, devem ser confeccionadas com cores menos interessantes para as abelhas, ou seja, cores como amarelo, bege e a mais comum, branca.
“As abelhas têm um sistema completamente diferente de detecção de cores dos humanos, e podem ver cores que nós não podemos dentro do espectro ultravioleta”, diz o apicultor.
Amizade
“Mesmo não falando tanto de apicultura, a série consegue transmitir uma mensagem de comunidade, de união. A aproximação entre Wandinha e Eugene, inicialmente, é completamente por interesses pessoais de usá-lo em seus planos. Mas, durante a trama, ela percebe que no clube da abelha há união, como em uma colmeia, e todos fazem o que é necessário pelo grupo. A ponto do garoto quase perder a vida para ajudá-la. Uma alusão clara à abelha que perde a vida quando ferroa um inimigo ao proteger a colmeia.”, diz professor Armindo.