Análise sobre o filme Jogador Nº1 da Warner Bros. Pictures e Amblin Entertainment (convite da Warner Bros. Pictures Brasil), aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama cinematográfica:
Nome: Jogador Nº1 (Ready Player One)
Estreia: 29 de março de 2018 (Brasil) – 2h 20min
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn, T.J. Miller, Simon Pegg e Mark Rylance
Distribuidora: Warner Bros.
Adiantando a linha do tempo, de 2018 para 2045, um futuro distópico se aproxima na base da melancolia. O velho e conhecido Steven Spielberg traz neste ano, mais um filme de ficção científica, depois de longos 15 anos; o último fora “Guerra dos Mundos“, em 2005. Pois bem, valeu a pena todo esse trabalho com uma longa data de espera! Baseado no livro Jogador Nº 1, de Ernest Cline (creditado como roteirista do filme), Spielberg consegue atrair, em diversos momentos de tela, a diversão para o seu espectador.
Jogador Nº1 (Ready Player One) tem uma premissa muito simples de se pensar, ou melhor, a ideia da trama é apresentada diversas vezes ao longo do filme. É até enjoativo pelo eco que se faz, onde os humanos já estão fadigados com as suas vidas no mundo real, e uma nova tecnologia chega para trazer mais interação – ou diversão – entre a população. Sendo assim, o personagem de Tye Sheridan, Wade Watts, é introduzido como um garoto órfão e há de lidar com os seus desafios. Entretanto, com a morte do criador do jogo OASIS (jogo capaz de simular a vida real com desafios parecidos de MMORPG e puzzles, tornando-se quem a pessoa quiser), todos da comunidade querem descobrir a localização dos três importantes “easter eggs”, que o mesmo deixou ao longo do mapa. E claro, o vencedor ganhará a fortuna majoritariamente do James Halliday (Mark Rylance), criador do OASIS, o que desperta o interesse de uma organização maligna, como a IOI. Entre todo esse drama, há bastante referência a cultura pop.
Há diversas vezes a situação catastrófica e melancólica dos personagens protagonistas. A questão moral e ética dos jogos, as horas que permanecem jogando, a interação com a vida real e social entre uma classe mais privilegiada contra uma menos. Isso são atributos que podem ser extraídos da trama, pois praticamente apenas foi dito sobre as referências que o filme tem – e realmente tem -, porém, não se limita a isso. O que foi citado acima, pode servir como exemplo. Entretanto, o filme parte mais para aventura e ação, do que uma fábula, onde quer dar uma lição de moral no final. O que lembra bastante a integração de duas coisas, o anime “Sword Art Online” (2009-presente) e “Scott Pilgrim contra o Mundo” (2010), de Edgar Wright, diretor cotado para fazer o Jogador Nº1.
De fato, Spielberg acerta no quesito aventura! As cenas de ação são acompanhadas de grandes efeitos especiais, que fazem toda diferença no produto final, em geral, foi impecável! Diante de três fases ao longo do filme, proporcional ao número de objetivo e chaves, dá para notar um baile da equipe de edição. Os avatares de cada personagem convencem do início ao fim, não há o que reclamar por aqui, estamos dentro de um jogo. E tudo é bem dinâmico, o que não dá para desviar o olhar um segundo. Frenético! Agora, comparando o livro com o filme, houve mudanças radicais para melhorar a emersão do espectador. Quem leu o livro saberá muito bem apontar isso.
A trilha sonora remete totalmente aos clássicos da década de 80 e o final da década de 70, como por exemplo, “Stayin’ Alive” de Bee Gees. Como não dançar escutando essa música, ou até mesmo, cantar?! Um filme pop, tem que ter músicas pop, é uma obrigação! Precisa-se atribuir ao máximo as características para que aumente a experiência. Até mesmo nos momentos de ação, o som de plano de fundo funciona muito bem, o que é entregue logo no início da trama; acusticamente também.
O elenco não é extenso, muito menos com faces conhecidas pelo público em geral. Tye Sheridan (Wade Watts) é conhecido pelo seu papel nos novos X-Men do cinema, como Ciclope, e neste filme (Parzival in game) ele adota um papel nerd com bastante determinação de mudança. O jovem Sheridan não fracassa em seu papel, mas também não entrega algo perfeito, pois não há tanta expressão facial, e lembra bastante o Michael Cera no Scott Pilgrim. A Olivia Cooke é caçadora dos IOI, conhecida como Art3mis (bem característico) no jogo e na vida real como Samantha; tem a suas propriedades e funciona 90%. A conexão entre ela e o personagem do Tye é muito boa. Já o antagonista, Ben Mendelsohn, ou melhor, Nolan Sorrento – em filme – é um cara que quer de toda maneira pegar a fortuna e adquirir para si todas as ferramentas do jogo; Bilionário, menos filantropo. Temos os coadjuvantes que também funcionam com uma conexão equivalente, Aech (Lena Waithe), Daito e Shoto. Destaque para a participar cômica do T.J. Miller mais uma vez!
Diante dos fatos supracitados, Jogador Nº1 com certeza virará um clássico para nós, amantes da cultura pop, funciona como uma conversa entre o filme e o espectador, mesmo sendo sobre as aventuras que muitos tiveram no século passado. Uma boa adaptação de Spielberg, ponto. Os novos não irão pegar todas as referências, mas agrada do mesmo jeito. Trilha sonora, ação, referências (overdose para o Capitão América), tudo isso faz o filme ficar ainda mais prazeroso. Ou seja, a junção do antigo com o novo. Além disso, ainda temos uma leve crítica da sociedade atual que vive conectada e desligada do mundo real – sutil, mas ainda está lá. Em suma, podemos resumir Jogador Nº1 como um espetáculo visual e nostálgico – fazendo jus ao que o livro é.
Agradecimentos ao José Victor, do 1 Real a Hora.
Para melhor a experiência com o filme, assista em IMAX 3D ou 3D.