The Town tem primeiro dia do segundo fim de semana com festa e Cidade da Música se transforma em pista de dança

Maroon 5 e Ludmilla foram destaque no Skyline, enquanto o The One teve programação celebrando a música preta.

Créditos: I Hate Flash

O The Town voltou com tudo nesta quinta-feira. Com mais um dia de ingressos esgotados, o maior festival de São Paulo reuniu pessoas de todas as idades que vieram à Cidade da Música curtir o feriado com um repertório que une gerações. O clima foi de festa, romance, alegria e tranquilidade. Os apaixonados foram embalados pelos shows de Maroon 5 no Skyline e Ne-Yo no The One – que teve line-up dedicado a celebrar a música preta. Ludmilla, a rainha da favela, mostrou que também tem seus súditos no The Town e colocou todo mundo para dançar com grandes sucessos e protagonismo de seu balé. Os fãs de R&B e Soul tiveram seus momentos com Joss Stone e Masego. Já quem possou pelo São Paulo Square conferiu todo virtuosismo do aclamado guitarrista Stanley Jordan, trazendo o melhor do jazz para o festival. Além de música, o dia foi marcado por muita diversão nos brinquedos e gastronomia de primeira no Marquet Square.

Para Charlles Marcley, 49, artista visual que já esteve em cinco edições do Rock in Rio, a organização do festival paulistano está funcionando muito bem nesta quinta-feira. “É o nosso primeiro dia aqui no The Town e estamos encantados com a estrutura. Está fantástico! Tem muitas opções, tanto em termos de música quanto em termos de alimentação. Quando chegamos, o Hodari estava se apresentando. Não conhecíamos ele, mas o som foi muito bom. Sentamos aqui na frente do palco Factory, pegamos uma comida e aproveitamos o show. Moramos aqui em São Paulo e viemos para cá de trem. Tudo muito organizado e sem estresse. Mais tarde, veremos o show do Maroon 5”.

O Market Square reuniu aqueles que não abrem mão da boa gastronomia. Quem esteve no espaço pôde aproveitar um cardápio assinado pelo Chef Alex Atala, inspirado nos bairros da capital paulista, comprar cervejas artesanais para harmonizar com os pratos, além de bebidas não alcoólicas. E o que tem feito mais sucesso por aqui é sanduiche de pernil, representando o Centro, seguido pelas massas do Bexiga. “Frequento muitos shows e nunca vi uma estrutura de alimentação como essa. O local é bem agradável e com boa quantidade de lugares para poder comer de maneira confortável. Experimentei o sanduíche de pernil e gostei muito. Vou voltar no fim de semana e pretendo comer novamente”, conta o coordenador de marketing Bruno Bezerra, 34.

O conforto do espaço foi outro motivo de elogio do público, já que o Market Square é aclimatado e com um salão repleto de mesas e cadeiras, onde é possível se sentar e relaxar entre uma apresentação e outra. Jessica Santos, gerente de vendas de 32 anos, ressalta a climatização e tranquilidade do Market Square: “A proposta é muito legal! A gente consegue comer, conversar e descansar um pouquinho também. Comi um pastel e uma pizza de chocolate, que estavam muito saborosos”, comenta. Além do Market Square, a Cidade da Música conta com diversas opções de alimentação no gramado.

Ludmilla é a rainha do Skyline e Marron 5 embala público com muitos hits

A primeira artista a colocar os pés no Skyline hoje foi Ludmilla, investindo em uma apresentação repleta de hits, cenários e muita sensualidade. A carioca mostrou que São Paulo também curte um batidão quando surgiu no palco ao som de “É Hoje”, colocando todo mundo para dançar. Em “Sou má”, o público foi à loucura quando notas de dólares com o rosto da cantora caíram do céu, dando o tom da performance, que já é considerada uma das melhores do The Town.

Outro ponto alto foi a participação especial de Lulu Santos, que entoou um dos maiores sucessos de sua carreira, “Toda forma de amor”. Lud também relembrou suas origens ao homenagear Beyoncé, que inspirou seu primeiro nome artístico, com um chapéu fazendo referência ao figurino da norte-americana em sua nova turnê. Em um momento fofo, sua esposa, a bailarina Bruna Gonçalvez, recebeu um beijo da artista, que também teve os dançarinos com um dos pontos fortes do seu show.

Com um show mais intimista e também para dançar juntinho, se preferir, a britânica Joss Stone entregou uma apresentação que comemora os 20 anos de carreira e o lançamento do primeiro disco, “The Soul Sessions” (2003). Teve o hit “You Had Me”, covers de Fleetwood Mac (“Dreams”), The White Stripes (“Fell in love with a girl”) e Destiny’s Child (“Say My Name”) e até “Super Duper Love”, música que embalou a novela brasileira Da Cor do Pecado.

 

Em seguida, o duo de DJs The Chainsmokers, formado por Alex Pall e Andrew Taggart, incendiou o público e, literalmente, as baquetas quando Matt McGuire – um terceiro membro não oficial, mas que por vezes participa das apresentações – assumiu a bateria. Com um setlist cheio de sucessos do próprio repertório e também de outros artistas, eles esbanjaram carisma ao solicitar que o público acendesse o celular em “Something Just Like This”, lançada em parceria com Coldplay.

 

A noite do palco Skyline encerrou com chave de ouro. Uma das bandas mais queridinhas dos brasileiros, o Maroon 5 colocou 100 mil pessoas para danças na Cidade da Música ao som de grandes hits do grupo. O carismático Adam Levine interagia com o público a todo o momento, arriscando até um português. “A gente não diz isso em todo lugar. O Brasil é o melhor lugar do planeta pra tocar”, cravou, enlouquecendo o público presente. Após uma sequência de hits, como “Moves Like Jagger”, “Animals” e “Payphone”, a banda comandada pelo galanteador Adam Levine fez uma breve pausa e retornou aos palcos com a camiseta da seleção brasileira para fazer emocionantes versões acústicas de “Won’t go home” e “She will be loved”. A despedida, óbvio, não poderia ser outra: “Sugar” ecoou pela Cidade da Música com cada voz ali a plenos pulmões e em uníssono. Em um show que misturou baladas românticas e um pop dançante, o Maroon 5 foi capaz de extrair emoção, lágrimas e suspiros apaixonados de quem assistiu.

Homenagem à música preta é destaque no The One

A música preta foi a grande homenageada no The One nesta quinta-feira (7). A começar por Maria Rita, que abriu o show com uma pegada de jazz e depois seguiu para o samba. Um momento emocionante foi quando a artista apresentou “O bêbado e o equilibrista”, canção eternizada na voz de sua mãe, Elis Regina. A cantora trouxe ainda clássicos de Arlindo Cruz, “O show tem que continuar”, e Alcione, “Você me vira a cabeça”.

Angelique Kidjo levou ao The Town as tradições da África Ocidental de sua infância em Benin, com elementos de R&B, funk e jazz americanos, além de influências da Europa e América Latina. Vencedora de quatro Grammys, a artista colocou o público para dançar com “Africa, One of a Kind” e cantou sucessos como “Crosseyed and Painless” e “Once in a Lifetime”.

O terceiro a se apresentar no palco foi Masego, que trouxe um repertório romântico com canções como o sucesso “Navajo”, além de distribuir flores para o público. O jamaicano abusou do carisma e do talento, assumido o saxofone e também os teclados. Para agradar a plateia, o artista arriscou versos de brasileiros como Tim Maia, “Imunização Racional (Que Beleza)”, Ivan Lins, “Abre Alas” e Trio Mocotó “Não Adianta”.

Encerrando a noite no The One, o hitmaker Ne-Yo fez uma apresentação arrebatadora na Cidade da Música. Com um setlist repleto de grandes sucessos, o artista levantou o público que cantava todas as músicas do início ao fim. “Voltei para o ano 2000, para minha adolescência com esse show”, disse Joanne Rodrigues, 29, sobre a apresentação de Ne-Yo. A recifense, que atualmente mora em São Paulo, elogiou a performance do cantor e falou que ficou surpresa ao saber que o artista já escreveu para outras cantoras, como Rihanna e Beyonce.

Logo ao abrir o show, Ne-Yo mostrou todo o seu amor pelo Brasil ao subir no palco enrolado em uma bandeira do país. Durante a apresentação ainda convidou três fãs sortudas para danças ao lado dele. Com passos de dança e percorrendo toda a extensão do palco, o fôlego do cantor não parou em nenhum momento enquanto performava suas baladas romântica que explodiram nos anos 2000.