Inclusão do tema nas instituições de ensino depende de parcerias entre universidades e desenvolvedoras de jogos, além do reconhecimento por parte do poder público.
A Esports Week (ESW), evento desenvolvido para integrar capacitação, negócios e entretenimento no cenário brasileiro dos esportes eletrônicos, realizado entre 06 e 09 de fevereiro de 2019, trará o painel Esports no Brasil – Investindo na formação acadêmica e desenvolvimento profissional da comunidade brasileira em que será debatido como a parceria entre universidades e desenvolvedoras de jogos pode auxiliar a incluir o tema em instituições de ensino. Uma das barreiras que o segmento enfrenta no meio acadêmico é a desinformação, aliada à falta de reconhecimento por parte do poder público.
Composta por Adalberto Bosco, Professor Doutor do Senac São Paulo, Jonathan Pan, instrutor de esports da University of California (EUA) e Tiago Ficagna, Coordenador do curso de Design de Jogos e Entretenimento Digital da Universidade do Vale do Itajaí (SC), o painel também abordará como incluir os esports nos projetos desportivos das universidades.
“O esport pode ser a porta de entrada para muitas instituições que ainda não contam com programas desportivos tradicionais, em especial por requerer um investimento mais baixo”, afirma Ficagna. O coordenador acrescenta ainda que é primordial que as universidades invistam no segmento como um todo. “As áreas de design, engenharia e computação são as que mais formam profissionais aptos a criar os novos jogos de esports. E precisamos aprender a explorar o potencial econômico desse segmento aqui no Brasil, criando títulos nacionais que possam competir com os internacionais”, completa.
A opinião de Ficagna é reforçada por Pan, que acredita que universidades interessadas em se envolverem com a modalidade devem investir em um programa de bolsas de estudos para jogadores amadores. “Além desses programas, é importante que as instituições ofereçam cursos sobre a história, os negócios e as aplicações práticas do esports”, acrescenta.
Já para Bosco, a melhor forma de incluir os esports nas universidades seria por meio de incentivo financeiro e parcerias entre instituições educacionais e desenvolvedoras de jogos. “Para isso, entretanto, seria necessário o reconhecimento por parte do poder público, uma vez que a modalidade ainda não é reconhecida pelo Ministério do Esporte apesar da existência de alguns projetos de lei, propostos com este objetivo. Isso acontece pelo fato do assunto ser muito novo e desconhecido por grande parte da população”, comenta.
De acordo com o professor e pesquisador, uma outra área que poderia tirar proveito da popularização do esporte eletrônico seria o ensino. “A formação dos professores, entretanto, representa uma barreira na inclusão dos esports como parte dos estudos, uma vez que ainda não há programas que qualifiquem o professor a utilizar a modalidade nas escolas, além da infraestrutura não ser adequada para tal”, ressalta Bosco.