Análise sobre o filme “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, da Walt Disney Pictures (a convite da própria), aqui no site Cebola Verde.
Confira a ficha técnica da trama:
Nome: Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (Ant-Man and the Wasp: Quantumania)
Estreia: 16 de fevereiro de 2023 – 2h 01min
Direção: Peyton Reed
Elenco: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michelle Pfeiffer, Michael Douglas, Jonathan Majors, Kathryn Newton
Distribuidora: Walt Disney Pictures
Gênero: Ação, Aventura, Ficção científica
A Fase 5 da Marvel deu seu pontapé inicial com o filme “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania“, o qual apresentou a maior ameaça desta nova fase: Kang, O Conquistador, substituindo o memorável Thanos. Sendo assim, o diretor Peyton Reed tem um trabalho muito importante para o futuro do MCU, mas será que ele conseguiu terminar essa trilogia em alto nível, já que os filmes anteriores são bem medianos? Não.
“Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” gira em torno dos parceiros super-heróis Scott Lang (Paul Rudd) e Hope Van Dyne (Evangeline Lilly) que voltam para continuar suas aventuras como o Homem-Formiga e a Vespa. Juntos, com os pais de Hope, Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer) e Hank Pym (Michael Douglas), e a filha de Scott, Cassie Lang (Kathryn Newton), a família explora o Reino Quântico, interagindo com novas criaturas estranhas e embarcando em uma aventura que os levará além dos limites do que pensavam ser possível.
Como nos filmes antecessores, Quantumania é divertidinho e tira até mais risadas que muitos filmes da Marvel, mas peca por ser extremamente decepcionante na utilização de certos personagens e conta com um roteiro fraco – ou mais do mesmo. Não era mesmo de se esperar que fossem fazer um projeto nível “Guerra Infinita”, mas seria necessário um maior zelo pela obra. Há muitos furos e contextos desconexos que fazem o filme pecar pelo todo. Os dois primeiros atos são até convincentes, mas o terceiro é um desastre.
A utilização incessante da computação gráfica não é um problema, pois a trama lida com um mundo totalmente novo e com seres inimagináveis (como já presenciamos em Guardiões da Galáxia), é plausível, mesmo que haja um certo desconforto às vezes. Não há uma trilha sonora marcante, e talvez, Peyton Reed nem queria que tivesse, apenas instrumentais com sons épicos na fatídica jornada do herói, ou melhor, heróis. Entretando, o filme consegue lidar com os figurinos muito bem. Os trajes dos super-heróis e a armadura impositiva de Kang, O Conquistador (Jonathan Majors) são um show à parte.
Outro ponto a destacar é a trama ser uma aventura em família que mostra seus defeitos e conhecem um vilão “da pesada”, algo bem parecido com filmes dos anos 90 deste gênero de comédia em família. Vale reforçar que Quantumania tem piadas que funcionam, algumas adultas e outras pastelonas. A questão é que o diretor conseguiu encaixar isso em alguns momentos, mas em situações que a carga dramática deveria funcionar, ele corta. E na verdade, parece que mesmo o filme tendo esses atributos, foi feito para introduzir o Kang, o qual já vimos uma versão sua na série Loki (2021), da Disney+.
O elenco possui nomes gigantes de Hollywood, como Michelle Pfeiffer e Michael Douglas. Entre os dois, o carisma do Sr. Douglas é inegável e a presença de tela de Michelle Pfeiffer é super importante para esse roteiro fraco. Evangeline Lilly já tem uma carga dramática e importância menor neste filme em relação ao antecessor de 2018, mas segue fazendo uma incrível Hope Van Dyne. E Paul Rudd entrega um Scott Lang divertido, carismático, pai e vingador, esse personagem é ele. O destaque vai para Jonathan Majors como Kang. Não é de hoje que o ator consegue convencer em todos os papéis que interpreta e, como Kang ou Aquele Que Permanece, suas expressões faciais e vocação traz soberania e desejos, porém é totalmente ofuscado com um roteiro que acaba com o personagem. Não traz 1% do que ele realmente seria, como uma verdadeira propagando enganosa. E outro ponto negativo seria a atuação pífia da jovem atriz Kathryn Newton que parecia de ter atuado com preguiça.
Diante dos fatos supracitados, “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” é uma aventura familiar de super-heróis sem trilha sonora e roteiro, o qual um super vilão aparece querendo sair da sua prisão com ações bobas que um ser inteligente não faria. Nem as atuações incríveis dos atores conseguiram salvar essa bomba. É sim divertido em alguns momentos, peca em querer levar isso sempre à risca, mas poderia ter mais zelo pelo conteúdo final. E há duas cenas pós-créditos.