Análise sobre o filme “Enola Holmes” com Millie Bobby Brown e Henry Cavill, da Netflix, aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama cinematográfica:
Nome: Enola Holmes
Estreia: 23 de julho 2020 (Brasil) – 2h 03min
Direção: Harry Bradbeer
Elenco: Millie Bobby Brown, Henry Cavill, Sam Claflin, Helena Bonham Carter, Fiona Shaw, Louis Partridge
Distribuidora: Netflix
Gênero: Suspense, Mistério
A famosa jornada do herói, cujo paladino se descobre ao longo que enfrenta desafios e problemas pessoais, é uma das caraterísticas marcantes de livros de ação e até mesmo investigativo. O filme sobre a irmã do maior detetive já registrado é um modelo desse sistema de entretenimento.
Baseado na obra da autora norte-americana Nancy Springer, Enola Holmes traz o incrível carisma de Millie Bobby Brown para uma das personagens que consegue desafiar o grande Sherlock Holmes, interpretado por Henry Cavill. Pode se dizer que isso é motivo para ficar com o pé atrás e desconfiar bastante, mas não é nada que interfira na obra. Há de se suspeitar que é até mais intrigante ver a perspectiva contrária ao maior detetive do mundo.
A obra possuiu dois mistérios acontecendo simultaneamente, como o suposto desaparecimento da Sra. Holmes – obviamente mãe de Enola Holmes – e o caso do marquês. Ambos são interessantes, porém acabam sendo rasos e até mesmo consome um tempo de tela totalmente desnecessário. É possível reduzir duas horas de filme, já que a obra de Harry Bradbeer foca no amadurecimento da menina de 16 anos. Ela é tão quanto inteligente como o seu irmão Sherlock.
O ponto positivo mesmo do filme é a conexão entre Sherlock Holmes e Enola Holmes, os diálogos e ensinamentos que ambos têm a oferecer é incrível. Entretanto, nada supera a atuação impecável da Milli Bobby Brown. Ela transmite um carisma sem igual e sempre convence quando está dividindo a tela com outro personagem, até mesmo com seu par romântico, o Visconde Tewksbury, interpretado por Louis Partridge. Por outro lado, há o embate de pensamentos patriarcados entre Enola e seu outro irmão Mycroft e a Sra. Harrison.
A edição é caricata no modelo detetive inglês, os figurinos são muito bem representados – aliás, há uma grande importância na trama por questão de empoderamento naquela época – e a fotografia repassa veemente a data e o local que estamos inseridos, com contribuição do recurso da quarta parede utilizado pela Enola Holmes para conversar com o espectador.
Diante dos fatos supracitados, Enola Holmes transmite o empoderamento e o crescimento de uma menina que foi ensinada a viver sozinha, seguir seu próprio rumo. Com diálogos interessantes, mistérios rasos e uma aventura que poderia suprida típica sessão da tarde, a trama de Harry Bradbeer convence e até entretere a quem assiste.