Análise sobre o filme “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, da Marvel Studios (a convite da Walt Disney Pictures BR), aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama:
Nome: Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Doctor Strange in the Multiverse of Madness)
Estreia: 05 de maio de 2022 – 2h 28min
Direção: Sam Raimi
Elenco: Benedict Cumberbatch, Elizabeth Olsen, Xochitl Gomez, Chiwetel Ejiofor
Distribuidora: Walt Disney Pictures
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia, Terror
O que você faria se juntasse em um filme dois dos seres mais poderosos de toda uma mitologia? Alguns diriam que fariam um embate épico – digno de deuses – entre essas duas personas e outros buscariam fazer um arco de parceria derrotando algo ainda maior. Então, você pensaria em um roteiro, correto? Mas, por que eu estou conversando diretamente com você que está lendo aí do outro lado da tela. Histórias são reproduzidas e criadas a partir de um prisma pessoal, o qual você pode interpretar de diversas maneiras. Vale destacar que o autor dessa narrativa, deverá entregar o que está pensando e ser o tanto quanto criativo nesse processo. Agora, e se um roteirista simplesmente perder a mão no meio desse processo? É provável que você já tenha visto o meme do cavalo em três partes: a primeira é perfeita, a segunda mais ou menos e a terceira beirando o desastre. “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” causa essa impressão.
Depois de significativos acontecimentos em sua Fase 4 – dentre eles pertencentes em sua plataforma de streaming (Disney+), com Wandavision, What If e Loki, e nas telonas, com Homem-Aranha: Sem Volta Pra Casa, – “Doutor Estranho” contaria as consequências dessas obras anteriores. Apenas contaria, pois não faz ligação com nada, então não se surpreenda. Mesmo que há princípios e essas obras possam oferecer um apego emocional grande aos personagens envolvidos neste filme, ele se limita, sendo possível assistir sem ter visto os outros. Óbvio que isso é um aspecto positivo, pois o grande público não precisará saber de tudo, mas aos fãs, um desapontamento.
“Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” é a reunião dos dois seres mais fortes – até então – da Marvel que envolve o plano místico, como Stephen Strange e Wanda Maximoff. Ambos possuem uma particularidade muito interessante com o tema centrada em suas próprias felicidades, as quais são abordadas em um roteiro pífio e clichê. As problemáticas são criadas de um modo bem interessante, mas ao longo que se passa, as soluções para aquilo que foi criado, mostra-se inoperantes e chulas.
Para tentar explicar melhor o parágrafo acima, gostaria de pontuar a direção de Sam Raimi. Mesmo submerso em um roteiro fraco, o diretor mostrou autenticidade mais uma vez em seu trabalho. Conhecido pela obra Evil Dead, o Sr. Raimi deu as caras com uma pegada real terror, situação que muitos já gostariam de ter visto no primeiro filme do super-herói, o qual foi dirigido porScott Derrickson, em 2016. Mesmo que Raimi tenha tentado dar uma dinâmica no filme e uma pegada totalmente diferente em um filme Marvel, não foi o bastante para o retrocesso que foi o roteiro. Não houve forças perante a um bom CGI e ambientação agradável de multiversos. Vale salientar que o título propôs a “loucura”, e para ser sincero, não houve loucura alguma.
Centralizado em cinco personagens principais e com atuações impecáveis (mais uma vez), o destaque é para Elizabeth Olsen. A atriz é impecável como vilã, acompanhada de diálogos bem interessantes, que é infelizmente reduzidas apenas até o primeiro arco. Claro que há um vislumbre de todo o seu poder quando retratado à batalha. E a introdução deste filme é da America Chavez (Xochitl Gomez), uma menina que possui o superpoder de abrir portais. Ela tem um tempo de tela considerável, ajudando no processo emocional e representativo do filme. E claro, estamos falando de Doutor Estranho, Benedict Cumberbatch é mais uma vez surpreendente em sua atuação, por isso interpreta o mago mais forte de um Universo chamado Marvel.
Diante do que foi supracitado, “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” é um ótimo filme para assistir com os amigos sem muito compromisso. Grandes efeitos visuais, referências dos quadrinhos e uma trilha sonora o tanto quanto incrível. Um vislumbre sombrio desse Universo pode ter sido conduzido magistralmente por Sam Raimi. Entretanto, peca em uma fórmula que aparenta estar se desgastando com uma solução da problemática ainda mais problemático, ou seja, corrido e não explica quase nada, fica por aí mesmo e fim.