Arthus Fochi perambula por Lisboa no clipe “De Riso e Rosa”

Artista carioca encerra ciclo do álbum “Suvaco do Mundo” com vídeo gravado em turnê internacional.

De sua turnê por Portugal e Espanha, Arthus Fochi trouxe para casa mais que o reconhecimento de um novo público. O artista carioca se uniu ao cineasta argentino Maurício H. Torres para registrar seus dias em Lisboa no clipe “De Riso e Rosa”. A faixa está presente no álbum de estúdio “Suvaco do Mundo”, o mais recente do cantor e compositor que se prepara para lançar, em breve, o disco completo do projeto “Ano Sabático”.

O vídeo acompanha Arthus Fochi por cenários da capital portuguesa. Embalado pelos versos da composição de Claos Mózi, ele canta “Tenho o que preciso pra acabar com o juízo, tenho o que preciso / Um chão que se desmina a cada passo, piso, tenho o que preciso / Deslizo o meu riso, grito o meu aviso, odeio o juízo”. Caminhando entre a “normalidade” e a loucura, o artista perambula pelas ruas, ladeiras, estações de metrô ao longo de um dia, culminando num entardecer que se desdobra em cenas surreais, espelhadas e intensificadas por filtros de cores quentes.

A ideia inicial partiu do próprio diretor, que sugeriu um tarde de improvisos pelas ruas lisboetas. “Fiquei na casa de um grande amigo, compositor e matemático, Augusto Pereira. Ele foi pra Itália, e fiquei hospedado no seu quarto. Um dia, o Maurício Torres (que vivia na mesma casa), cineasta de Mendoza que há um tempo vive na Europa, me acordou e disse: ‘vamos sair por aí filmar um clipe pra uma música tua?’ Fomos por algumas ruas de Lisboa, sem roteiro, bebemos umas cervejas, encontramos alguns personagens pelo caminho, e assim foi aparecendo, espontaneamente esse clipe despretensioso, e que pra mim marca um encontro de amizade entre dois sulamericanos em Lisboa”, reflete Fochi.

Ao longo de um mês, ele se apresentou por casas e festivais entre Lisboa, Porto e Santiago de Compostela, mostrando o repertório de sua discografia e inéditas que estarão no próximo capítulo – o álbum “Ano Sabático”. O projeto reunirá singles em parceria com outros artistas, como Júlia Vargas (que também gravou “De Riso e Rosa” em seu elogiado disco “Pop Banana”), Chico Chico, Juliana Linhares (da banda Pietá), Ana Frango Elétrico e muitos outros. O artista divulgou em 2019 o álbum “Arthus Fochi e Os Botos da Guanabara”, gravado ao vivo. Arthus traz em sua discografia também o CD “Êxodo Urbano”, gravado em Madri.

Compositor, poeta, músico, pesquisador, professor e historiador. Todas essas são facetas presentes na sua aura artística, um carioca filho de pai guarani paraguaio, que convergem na música. Como autor, lançou dois livros independentes: “Afasia” (2010) e “Poema Poeira” (2012), com apoio técnico e parceria da Editora Cozinha Experimental. Em 2018, lançou também “Ao amor imigrante”, pela Editora Urutau.

Fochi faz de seu trabalho uma coleção de referências musicais e poéticas, brasileiras e latinoamericanas, folclóricas e modernas há mais de 10 anos.  Desde 2007, ele investiga ritmos da América do Sul, em viagens e residências artísticas. É articulador e fomentador da cultura hispano-americana no Rio de Janeiro. Ao lado de Guilherme Marques, desenvolve como diretor geral a label Cantores del Mundo, cedida a Arthus em 2015 por Tita Parra (neta da folclorista icônica Violeta Parra).

Já participou de peças teatrais como diretor musical e ator entre elas, “Xambudo”, dramaturgia de Aderbal Freire Filho, vencedora do Festival de Teatro do Rio 2010 com montagem da Cia. Bananeira. Em 2015, atuou e fez trilha sonora para o curta metragem “Sopro, Uivo, e assovio”, de Bernard Lessa. Em 2013, iniciando a carreira musical, lançou o primeiro disco, “Êxodo Urbano”, gravado a convite de Juan Alcón na IEMF Los Carmeles (Madri). Em 2017, lançou seu segundo álbum, “Suvaco do Mundo”. E desde 2018, se dedica ao projeto “Ano Sabático”.

O clipe de “De Riso e Rosa” marca o fim do ciclo de “Suvaco do Mundo”, um trabalho guiado por experimentos musicais e a quebra de barreiras entre o jazz e o rock, a música brasileira e a latina, o folclórico e o moderno e o campesino e o urbano.