Shazam! | Crítica

Análise sobre o filme “Shazam!”, da Warner Bros. Pictures (convite da Warner Bros. Pictures Brasil) e adaptação da DC Comics, aqui no site Cebola Verde.

Confira a ficha técnica da trama cinematográfica:

Nome: Shazam!

Estreia: 04 de abril de 2019 (Brasil) – 2h 12min / Ação e Fantasia

Direção: David F. Sandberg

Elenco: Zachary Levi, Asher Angel, Mark Strong, Djimon Hounsou, Jack Dylan Grazer, Grace Fulton, Ian Chen, Faithe Herman

Distribuidora: Warner Bros. Pictures


Depois do sucesso de “Aquaman” (2018), a DC está encarregada de recomeçar de vez o seu universo cinematográfico; proposta de reformular e coletar mais as essências dos quadrinhos. A aposta do momento é com Shazam!, um personagem um tanto quanto secundário em relação à Trindade (Superman, Batman e Mulher-Maravilha). Resumindo o mesmo, sempre que Billy fala o nome “Shazam”, ele é instantaneamente atingido por um raio mágico que transforma-o em um super-herói adulto com poderes sobre-humanos (e vice-versa, uma vez que o personagem pode voltar a forma infantil da mesma forma). Os poderes do Capitão Marvel são oriundos de seis personagens mitológicos que lhe concedem tais características — sendo eles, Salomão (sabedoria), Hércules (vasta força física), Atlas (resistência, invulnerabilidade), Zeus (poderes mágicos), Aquiles (coragem) e Mércurio (velocidade, capacidade de voo). Shazam é designado, pelos próprios deuses que lhes concedem os poderes, como o Campeão da Humanidade.

Da “Era de Ouro” (1940) às telonas (2019), David F. Sandberg (Annabelle 2) teve a missão de reconstruir, ou até mesmo manter, o novo rosto da DC nos cinemas. É notório a mudança de pegada na direção sem a influência do Zack Snyder em um filme DC. A liberdade de expressão pessoal do diretor ganha muito mais força e um almeja um trabalho mais independente. Sandberg consegue trazer então para o público um filme coeso e divertido, mas peca em cenas desnecessárias. A trama em si conseguiria permanecer divertida – e bem diferente dos padrões que vimos até então da Warner com os super-heróis banda norte-americana de punk rock sem certas cenas que vieram apenas para preencher lacunas já estabelecidas. O fato é, a direção conseguiu trabalhar com todos os personagens, mesmo com esse problema no roteiro, e vale ressaltar que não é demérito.

A bola fora do filme foi com os efeitos especiais. Na maioria das vezes, não conseguira acompanhar o ritmo frenético do filme nas cenas de ação, exclusivamente os demônios dos setes pecados capitais. É bem grotesco e rude, pois não passara a sensação de realismo em nenhum momento. Muito diferente do que vimos em “Aquaman”. Uma pena! Entretanto, a trilha sonora é marcada por clássicos e objetivos momentos de tensão ou sensação de suspense. Até Ramones (banda norte-americana de punk rock) faz parte da soundtrack.

O motivo de “Shazam!” ser um filme diferente dos demais é por inúmeros motivos. Como já supracitado, o filme consegue ter uma pegada muito diferente em questão de paletas de cores – mais vivo e vibrante –, as músicas inseridas são mais próximas do público-alvo e o principal é ter um roteiro excelente acompanhado de um tema notório de atenção. Billy Batson (Asher Angel) é um garoto órfão que possui problemas de maturidade e aceitação de certas disfunções da vida. O motivo por qual ele é movido, reflete diferente em seus atos como o Campeão Shazam, um homem invencível. Imagine você criança virando um super-herói de aproximadamente 30 anos com incríveis superpoderes que listei a cima! Uma baita de responsabilidade. E o roteiro acompanhado da direção trabalho muito com esse tema, tanto do protagonista quanto um vilão rejeitado à sua adolescência. Asher Angel consegue transmitir essa carga emotiva ao personagem Billy e junto ao seu irmão de consideração Freddy (Jack Dylan Grazer) dão o ar da graça.

Com cortes precisos e cenas que com certeza ficarão na cabeça do povo, as referências acontecem o tempo todo no filme. São tantas que há de se perder! Tudo isso com boas atuações dos atores envolvidos. Zachary Levi traz consigo a essência de um adolescente de 14 anos, com expressões faciais bem humoradas; Asher Angel já faz um oposto, um adolescente mais introvertido devido aos problemas, ao se tornar Shazam, os mesmos “vão embora”; Jack Dylan Grazer é Freddy, irmão de Billy, e um grande cultuador nerd – o referenciador do filme; E seus irmãos que conseguem transmitir uma boa química entre si em suas diversas cenas. Já o vilão, Dr. Sivana, representado por Mark Strong, possui bastante tempo de tela para justificar suas devoções. O que é bom, mas como eu tinha dito lá em cima, algumas foram bem desnecessárias e nem sempre o CGI ajudou o ator. Fora isso, é interessante e convence.

Diante dos fatos supracitados, Shazam! é um mar de diversão, piadas bem usadas, cenas bem cortadas, diálogos interessantes e consegue prender o espectador na tela. Entretanto, peca em certas cenas desnecessárias para encher o filme e efeitos especiais toscos. Os personagens são bastante carismáticos, construções relacionais coesas como no filme todo. O roteiro ganhou pela grande mensagem que tem. Vale ressaltar que o filme contém duas cenas pós-créditos.