Análise sobre o filme “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio”, da 20th Century Fox (convite da Fox Film BR), aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama cinematográfica:
Nome: O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate)
Estreia: 31 de outubro de 2019 (Brasil) – 2h 09min
Direção: Tim Miller
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton, Mackenzie Davis, Gabriel Luna, Natalia Reyes, Edward Furlong, Diego Boneta, Björn Freiberg
Gênero: Ação, Ficção Científica
Distribuidora: 20th Century Fox
Exterminador do Futuro é uma franquia que tem o carinho de milhares de fãs, sendo constantemente lembrada quando o assunto é viagem no tempo, e marcou a minha infância inteira. Nem sei contar quantas vezes eu assisti aos três primeiros filmes quando criança, e também a série com a Lena Headey (Game of Thrones, 300) sobre a Sarah Connor que me fez ter ainda mais carinho por essa personagem incrível, então imaginem minha felicidade ao ver que Linda Hamilton estaria de volta a esse papel icônico.
A franquia não andava bem desde o quarto filme, que mesmo antes de desenvolver um senso crítico, já era inassistível para mim (e sim, eu vou proteger o terceiro filme pois tenho uma memória afetiva forte com o longo). Então veio aquele reboot(?) com Emilia Clarke ( Game of Thrones, Han Solo) em 2015, e todos os meus sonhos de ver algo bom saindo dessa franquia foram pro lixo. Fiquei extremamente surpreendido quando vi ao trailer do sexto filme, e mesmo sem muitas expectativas eu fui com gosto assistir a esse filme, principalmente vendo que James Cameron (Titanic, Avatar) voltara à franquia, Tim Miller (Deadpool) estaria dirigindo, e o melhor, que ele somente consideraria ao primeiro e segundo filme; menos filmes a se considerar fizeram bem demais á franquia.
Antes de tudo, vale ressaltar que esse filme não é perfeito, mas nos primeiros minutos ele já me ganhou. Abrindo de forma chocante, o espectador se pega sem saber o rumo que esse filme tomará, e é realmente muito satisfatório de fato ver o mundo que Sarah salvou ao proteger seu filho no segundo longa, os desdobramentos disso. O choque inicial é muito importante para manter o público interessado nessa nova narrativa, por mais que no desenrolar da trama percebamos que talvez ela não seja tão nova assim, mas ainda assim guarda gratas surpresas.
Por mais que eu tenha meus problemas com James Cameron, ele foi sagaz ao escrever esse filme. Sem muita enrolação, sem sair da caixinha e bastante convencional, a narrativa foca mais nos personagens, afinal, o maior desafio era fazer a audiência se importar com esses novos personagens enquanto dividia a atenção com os personagens já consagrados,da franquia, e isso o filme faz muito bem. A direção do Tim Miller é extremamente bem-vinda, as cenas de ação são empolgantes e movimentam bem o filme, os personagens são quase todos bem utilizados, e por mais que perca a energia no segundo ato, ele utiliza dos conflitos mais intimistas para segurar nossa atenção até a batalha final.
E precisamos falar sobre Linda Hamilton. Ela está simplesmente fantástica no papel, extremamente confortável, convincente e badass. O maior acerto do longa é enxergar que Arnold Schwarzenegger já tivera seus momentos na franquia, e por mais que tenha uma importância na narrativa, o destaque não poderia ser dele. Esse é sim um filme para Linda Hamilton brilhar, e ela o faz com perfeição.
Em entrevistas, a atriz diz que esse filme encerra o arco da personagem, e olha, ele poderia mesmo ter encerrado porém o final fica com aquele gosto de que ainda veremos mais desses personagens no futuro.
Sobre o novo elenco, eles estão ótimos. Mackenzie Davis (Blade Runner 2049) é o destaque do novo elenco, mas Natalia Reyes (Pássaros de Verão) não fica muita atrás. E é uma pena não termos aprofundamento nenhum no vilão interpretado pelo Gabriel Luna (Agents of SHIELD), um exterminador que parece uma junção do T-1000 e T-800.
Exterminador do Futuro: Destino Sombrio consegue realizar uma ótima ponte para coisas novas dentro da franquia, equilibrando bem esses elementos ao mesmo tempo que continua seu legado com muito respeito. Este pode ser o último filme da franquia, como pode ser o começo de uma nova fase, mas cumprindo muito bem o papel de encerrar a história que começou em 1984.
Quem gosta dos dois primeiros longas vai se divertir muito nesse, seja pela nostalgia, seja pela história familiar, ou só pela Sarah Connor e seu humor ácido. Mesmo com as mesmas incoerências dos anteriores, uma falta de ritmo no segundo ato, e a trama bastante previsível, esse com certeza é o melhor filme desde o terceiro da franquia.