Annabelle 2 – A Criação do Mal | Crítica

Análise sobre o filme Annabelle 2 – A Criação do Mal da Warner Bros. Pictures (convite da Warner Bros. Pictures), aqui no site Cebola Verde.

Confira a ficha técnica do filme:

Nome: Annabelle 2 – A Criação do Mal (Annabelle: Creation)

Estreia: 17 de agosto de 2017 (Brasil) – 1h 50min

Direção: David F. Sandberg

Elenco: Stephanie Sigman, Miranda Otto, Lulu Wilson, Anthony LaPaglia, Talitha Bateman, Alicia Vela-Bailey, Kerry O’Malley, Philippa Coulthard

Distribuidora: Warner Bros. Pictures


A boneca do demônio retorna aos cinemas depois de 3 anos com a direção objetiva de David F. Sandberg em mostrar ao público a origem/criação de Annabelle. Com opiniões bastante adversas sobre seu primeiro, cujo alguns conseguiram sentir medo e outros nem perto disso, o filme chegou com uma leve pulga atrás da orelha, mesmo fazendo parte de um suspense reconhecido no ramo. E sim, eles deixaram a origem para uma sequência no intuito de despertar a curiosidade de todos, uma grande jogada.

Annabelle 2 – A Criação do Mal conta a história de uma família do interior que tivera sua filha, Annabelle, tragicamente morta, acompanhada de sua boneca favorita. O pai, Samuel Mullins (Anthony LaPaglia), é um artesão de bonecas reconhecido nas redondezas. Anos depois, o casal Mullins resolve abrigar seis meninas órfãs e uma irmã da igreja, em prol da caridade e “pagar” um sentimento que os perseguem até nos dias atuais. Tudo isso é contado com bastante clareza, de modo que o telespectador não irá se sentir perdido no meio da sessão, já que o suspense é ativado a todos os momentos do filme.

A obra obteve três atos totalmente distintos em relação ao ritmo, bem parecido com o primeiro filme, porém lapidado por Sandberg. A introdução é meramente ilustrativa com certas tensões em minutos longos, a qual conhecemos mais as personagens Janice e Linda, interpretadas por Talitha Bateman e Lulu Wilson, respectivamente; mesmo que seja um filme de criação de outra personagem, no caso, Annabelle (Samara Lee). O segundo ato vem montado por um desenvolvimento um pouco mais dinâmico entre as meninas e o casal Mullins, interações entre si, acompanhados por um suspense ameaçador do espírito maligno. Já temos uma ideia melhor do ambiente que estamos, árido e denso do interior norte-americano no século passado, que é muito bem retratado. Em seguida, um terceiro ato (conclusão) quente e dinâmico com muito mais suspense, apropriando-se dos efeitos especiais, que são bem utilizados.

Há mortes como no primeiro filme, porém não é realmente mostrado como acontecera, apenas o depois. Algo a ser destacado são os cortes bem conduzidos na edição, pois consegue quebrar alguns – poucos – clichês de filmes de suspense, por exemplo, nem tudo (as situações com o inimigo) se passa a noite. E não espere que o problema seja apenas a boneca, porque é claramente retratado no filme uma trindade maligna: Annabelle criança, o demônio e aí sim, a boneca; Fica caótico, em certas partes, com vários assuntos acontecendo simultaneamente.

Como um filme de origem, as atuações foram excelentes, expressivas e as jovens atrizes deram um baile em muito adulto por aí. Especificamente, as atrizes “principais”, Talitha Bateman e Lulu Wilson foram incríveis, não faltam elogios para descrever suas cenas e quebras de clichês, tanto em diálogos quanto em ações. Miranda Otto e Anthony LaPaglia são o casal Muffins, ambos não têm muito tempo de tela, então são simplórios. Já Stephanie Sigman, interpretando a irmã Charlotte, é a balança das meninas, como uma irmã mais velha aconselhadora. E dessa vez, não tem aquele padre que morre, porque só serve para morrer nesses filmes.

Contudo, a morte de Annabelle – não muito bem explorada por Sandberg – e uma coragem super excessiva para as crianças são um dos problemas do filme, fora alguns erros de continuação. Dá para relevar e assistir sem problemas.

Diante dos fatos supracitados, Annabelle 2 – A Criação do Mal é uma boa história de terror/suspense com aquela velha proposta: uma casa mal-assombrada, donos misteriosos, clichês normais e o indivíduo indo atrás do problema. A trilha sonora nem sempre te leva ao suspense, então é mais visual do que auditivo, já que as expressões dos atores te leva a sofrer junto. Um filme melhor que seu antecessor, abrindo margens para uma continuação e um universo compartilhado nos cinemas.

Você que é do Rio de Janeiro, tem o privilégio de assistir o filme no 4DX do UCI, vale muito a pena, e melhor ainda se for acompanhado de um amigo!