O Mundo Sombrio de Sabrina | Crítica

Análise sobre a série “O Mundo Sombrio de Sabrina”, da Netflix e Warner Bros., aqui no site Cebola Verde.

Confira a ficha técnica da trama cinematográfica:

Nome: O Mundo Sombrio de Sabrina (Chilling Adventures of Sabrina)

Estreia: 26 de outubro de 2018 – 53 minutos, em média

Criadores: Roberto Aguirre-Sacasa

Elenco: Kiernan Shipka, Ross Lynch, Lucy Davis, Chance Perdomo, Michelle Gomez, Jaz Sinclair, Tati Gabrielle, Adeline Rudolph, Richard Coyle, Miranda Otto

Produtora: Warner Bros. Television, Berlanti Productions e Archie Comics

Distribuidora: Netflix


I Put a Spell on you”

O universo de Archie Comics acaba de ficar um pouco mais sombrio, “O Mundo Sombrio de Sabrina” chega para enfeitiçar os telespectadores de Riverdale, então pegue o seu Necronomicon e o visual mais gótico para ler a história de Sabrina Spellman antes da crítica propriamente dita.

ORIGEM

Assim como em Riverdale, Sabrina Spellman nasceu das HQs do Archie Group, ela aparece pela primeira vez em Archie’s Madhouse #22 , a princípio ela seria o resultado de uma poção, feita por suas tias Zelda e Hilda Spellman, que deu muito errado. Posteriormente, sua origem mudou, sendo Sabrina o fruto de um relacionamento entre um bruxo e uma mortal, e que deve ficar aos cuidados de suas tias. O universo de Sabrina se conecta com o de Riverdale, justamente por ser do outro lado do Rio Sweetwater na cidade de Greendale, que aos fãs mais atentos foi citada diversas vezes na também série da Netflix, como lar de Penny Peabody após ser expulsa dos Serpentes. Na série sitcon, Sabrina mora em West Bridge, com o mesmo CEP que a cidade de Salem.

SITCOM E OUTRAS SÉRIES

Antes de todo o universo do Archie Group sofrer uma amadurecida, As aventuras de Sabrina Spellman tiveram várias versões na Televisão. Ela aparece na animação da The Archie Comedy Hour pela CBS na década 60 e depois uma animação própria em 1970, 36 anos depois com a sitcon Sabrina: A Bruxa adolescente onde Melissa Joan Hart encarna o papel da bruxinha, além de estrelar o filme Sabrina vai a Roma  em 2003. Entre o fim do sitcom até 2018, houveram várias animações, porém não tiveram tanto sucesso quanto as outras versões, pelo menos no Brasil.

Após o reboot de todos os universos, as aventuras de Sabrina ganharam um tom bem sombrio e macabro. A bruxinha ainda é uma aprendiz, isso de fato não mudou, mas é muito diferente da colorida versão do século XX.

CRÍTICA

Shazam!

Como já te apresentamos um pouco do universo de Sabrina Spellman, vamos a crítica propriamente dita. Alguns aspectos foram preservados, Sabrina a priori é uma bruxa meia mortal, porém a premissa proposta é que após um evento chamado Batismo Negro, a mesma escolherá o Caminho das Trevas, onde aí sim se tornaria uma aprendiz de feiticeira na Academia de Artes Ocultas.

A série tem grandes representatividades, que merecem destaques: Ambrose, o primo de Sabrina, que diferente das HQs é negro e pansexual, que está em prisão domiciliar com as Tias Zelda e Hilda por tentar explodir o Vaticano; Susie Putnam, uma personagem que não exprime um gênero, apesar do nome feminino – Curiosidade, o ator que interpreta Susie, Lachan Watson se considera não-binário; e  Rosalind “Roz” Walker, uma feminista negra.

Eu fiquei encantado pela série, ela toma um rumo totalmente diferente da sitcom, realmente bem sombrio, nos 10 episódios de aproximadamente 50 minutos há diversas menções a Satã/Lorde das Trevas e rituais sangrentos. Outra diferença a ser pontuada é ausência do espaço de fala de Salem, onde antes era um refúgio cômico com tiradas, deboches e aconselhamentos a jovem bruxa, agora é um “simples” familiar (um duende que ajuda as bruxas e bruxos, protegendo-os e ajudando a canalizar a magia deles). Com relação a história, é bem interessante assistir a sombria evolução de Sabrina, sobretudo também a evolução dos personagens secundários que com o decorrer da história ganham cada vez mais relevância.