Os Incríveis 2 | Crítica

Análise sobre o filme “Os Incríveis 2” da Disney Pixar, sequência do tão aclamado “Os Incríveis”, aqui no site Cebola Verde. Confira a ficha técnica da trama cinematográfica:

Nome: Os Incríveis 2 (The Incredibles 2)

Estreia: 28 de junho de 2018 (Brasil) – 1h 58min

Direção: Brad Bird

Dubladores: Craig T. Nelson, Holly Hunter, Brad Bird, Samuel L. Jackson, Huck Milner, Bob Odenkirk, Catherine Keener

Distribuidora: Disney | Buena Vista


Depois de sofridos 14 anos, a família de super-heróis mais incrível do mundo retorna em alto estilo! O dono da voz de Edna Moda, na dublagem original americana, e diretor, Brad Bird conseguiu reunir elementos importantes do primeiro filme com as novidades dessa grande sequência. Há fatos curiosos, como por exemplo: Com a duração de 1 hora e 58 minutos, esse não é somente o filme mais longo da Pixar Animation Studios, mas também o maior filme de animação computadorizada realizado até os dias de hoje. O teaser trailer lançado em 2017 do filme é o mais assistido de todos os tempos, marcando 113 milhões de visualizações na semana em que foi liberado. E na dublagem, Spencer Fox precisou ser substituído por Huck Milner como o dublador de Flecha, já que sua voz ficou mais grave desde o primeiro filme.

Os Incríveis 2” continua logo em seguida da primeira animação, onde podemos ver “O Escavador” agindo na cidade fictícia da família Pêra. Objetos, costumes e ações foram mantidos, algo que agradou muito a quem não queria ver telefones celulares de última geração ou carros 4×4, por exemplo. Partindo então da premissa que o governo baniu o uso de superpoderes, o Sr. Incrível vive agora uma vida normal e pacata com sua família. E claro, todos os personagens já foram apresentados, até mesmo o Lúcio, também conhecido como o irreverente Gelado. Brad Bird então não precisaria explicar muito sobre suas criações, ainda mais em tempos que os super-heróis têm mais que os seus respectivos valores nas telonas de cinema, todavia ele conseguiu aproximar mais os personagens com o público. Com mais tempo de tela para a Mulher-Elástica, conexão entre os irmãos Flecha e Violeta, falas mais elaboradas do Gelado e uma apreciação humilhante (no bom sentido) do bebê Zezé.

O roteiro não é muito diferente ou até mesmo inovador, mas traz de modo sublime suas devoções com um carinho super especial. Muito mais divertido que o primeiro, vemos que a antiga geração e a nova com certeza irão gostar. A dublagem brasileira ainda teve a ousadia de fazer citações humorísticas com o nosso cotidiano que se encaixam perfeitamente, que também funcionam com a química entre os personagens; Todos precisam de todos. É mais que uma obra em conjunto, é saber fazer o certo em união, mesmo que um ganhe mais destaque que o outro. Parecido com o primeiro, não achas?

É emocionante de ver que a computação gráfica é a mais perfeita possível, todos os renders foram entregues de modo único. As expressões muito mais vibrantes com tonalidades vintages e futurísticas, digna de um filme de super-herói cult. As cores vibrantes e extravagantes ganharam espaços maiores nessa sequência. Porém, em nenhum momento é agressiva com o público. Um adendo a ser feito, apenas nas ações do “Hipnotizador” que há um desconforto visual proposital. Quem tiver epilepsia, tome muito cuidado! Concluindo com ambientações muito mais vivas do que o normal. Pode ser dizer, uma pequena inovação no ramo da animação, como foi o primeiro em 2004 com seus pessoais atributos.

Bird não esqueceu do suspense. O filme consegue reunir diversas sensações ao longo do tempo, sempre mantendo o nível. Nada forçado. Atribuindo cenas de ação impecáveis, é de surpreender como a trama se desenrola, e os puzzles que os heróis enfrentam ao longo da trama. Uma trilha sonora que adentra sem qualquer novidade ou desastre, é muito boa por sinal, entretanto nada marcante. Sendo assim, a edição é um dos aspectos mais que positivos do filme.

O vilão não é ameaçador e, muita das vezes, aparece como secundário, por trás das câmeras, e só causa um impacto real apenas no final. Não dá medo em nenhum momento ou aflição. Acredito que seja o ponto fraco do filme. Enquanto o Zezé é a diversão garantida para todos, faz tirar vários sorrisos! Alguns personagens novos são apresentados, mas nada de tão relevante assim, e a dublagem brasileira também é muito engraçada.

Diante dos fatos supracitados, “Os Incríveis 2” traz nostalgia e diversão mais que garantidas para o público. Valeu muito a pena ter esperado os 14 anos e ver que a sequência do primeiro espetáculo mantém o ritmo/tom. Não há uma moral ou reflexão que faça a gente pensar sobre. Apenas uma cutucada para os machistas de plantão. Vale ressaltar que a Mulher-Elástica mantém seu discurso empoderado desde os primeiros minutos de “Os Incríveis” (2004), ou seja, não é uma novidade.